quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Margarida Rebelo Pinto e o adeus...

Sendo a pessoa ocupada que sou, só ontem é que tive oportunidade de ver o episódio de sexta feira do Lado B, o programa do Bruno Nogueira. Um dos seus convidados foi uma pessoa que já de si pouco me interessava, porque o livro "Sei lá" está guardado no mesmo sítio desde o ano de 2001, quando mo ofereceram no Natal e li as primeiras páginas. Não sei porquê, mas na altura, Saramago parecia me mais...português. Mas descobri, para além da postura vulgar da senhora, que ela escreveu uma pérola que partilho convosco, neste link que se segue, e que sugiro fervorosamente que leiam


Como sinto que há coisas que não devem ser deixadas impunes e aproveitando o facto de me estar a despedir da blogosfera, pelo menos para já, aqui vai o trecho:

As Gordinhas - the comeback

(LOL gosto desta fotografia, estou...solta)

Gostava antes de mais de dizer, eu sempre fui gordinha, sempre fui "espertalhona", mais a roçar o inteligente, e sempre fui muito amiga do grupo de rapazes, aliás sempre me identifiquei mais com rapazes do que com raparigas. A razão é muito simples, miúdas da espécie da Margarida Rebelo Pinto, contaminavam todas as outras, gordas e magras, à vontade de atingir um valor muito elevado que era o de ser "fixe". Mas o "ser fixe" já na minha altura significava perder todo o amor próprio e permitir-se fazer coisas que, para mim, eram absolutamente inconcebíveis.

Se na crónica ela diz que é mau fazer chichi de pernas abertas num beco do bairro alto, abrir as pernas a metade do Mundo, para mim, é bem pior. E eu, como gordinha assumida que sou, considero que fiz escolhas a esse nível de que me orgulho todos os dias, porque foram ponderadas e de minha vontade, não para ter aceitação, nem para dizer que o fiz. Aliás, do meu lado eu tinha a oportunidade de ouvir e avaliar os desempenhos desse tipo de pessoas, quando eram citadas em escárnio e ridicularizadas porque "levaram com ele" mas no dia a seguir já não existiam. Considero que lidar com os rapazes me ajudou a ver que é bem melhor não ser "fixe" e ser apenas amiga.

As coisas são muito mais transparentes com os rapazes, e ao contrário do que se pensa, num grupo deste tipo, não é comum fantasiar em ir para a cama com um dos outros, isso estragaria toda aquela coisa que é...hum...a "amizade" que a MRP não sabe bem definir, porque nunca deve ter tido uma que não fosse comprada pelo seu charme natural (iuc). O facto de não termos formas poderia ser um problema, se fossemos todas iguais, de forma a que esse facto pudesse ser extrapolado a todos os casos, que é o que a MRP faz estupidamente por uma razão apenas, o total desconhecimento de algo que não sejam os seus 52 quilos de ignorância gritante.

O álcool servia efectivamente para toldar a visão aos rapazes, e sem dúvida que eu poderia lá estar ao lado deles, tão ou mais toldada, a apontar MRPs que pudessem ser comidas nessa noite, por parecem tão fáceis e "baratas". Não estava, de todo, ao lado deles para ver se me saía a sorte grande.

Em oposição às gordinhas, esta...coisa...fala de miúdas giras. Ou seja, nas palavras dela, excluem-se mutuamente. Modéstia à parte, considero-me uma miúda gordinha, mas gira, só que essa era e é a menor das minhas qualidades. Eu tenho uma coisa que MRPs não têm, aliás tenho várias, nomeadamente personalidade, mas não vamos estar a fugir ao core, tenho conhecimento de causa, não insulto o que não conheço, nunca fiz com que ninguém se sentisse excluído e sempre fui amiga da maior parte das pessoas que pude, porque é esse o meu modo de estar. Ela e semelhantes, pelo menos o que ela retrata na crónica, são aquelas miúdas que rebaixam toda a gente, porque de si se sentem tão inferiores que precisam de se elevar, maltratando outros.

Ela fala de impunidade das gordinhas, porque as pessoas têm pena delas. Pena? Olha aqui esta gordinha tem pena que ela não tenha sido uma miúda que não vivesse para apontar o dedo aos outros, e tenho acima de tudo muita pena que esta...coisa continue a ter permissão para escrever as baboseiras que escreve. Tenho também muita pena que ela tenha tentado processar pessoas que dizem, com toda a razão, que ela escreve em sistema de carimbo, ou seja, tansporta frases de uns livros para outros e que as suas personagens têm sempre as mesmas características porque ela não tem capacidades literárias para as caracterizar em contextos sociais diferentes. Tenho acima de tudo pena que esse processo tenha sido arquivado por falta de fundamento. Também tenho pena que ela se tenha licenciado e que os professores da FLUL se envergonhem do que ela fez com a formação que eles lhe deram. Está há 10 anos pendurada numa carreira que começou graças às caralhadas (pardon my french) que disse no primeiro livro. E isso dá me pena.

Em relação a relacionamentos, neste momento estou apaixonada e sou correspondida, mas curiosamente não começou por nenhuma das razões pela qual os homens pelos vistos se envolvem com as gordinhas, mencionadas na crónica. Aliás, ele nem gosta de beber álcool. E gosta particularmente de duas coisas que eu tenho que a MRP não tem. Sim isso também, mas eu estou a falar de substância e de respeito pelo próximo. Em miúda, apaixonei-me por alguns rapazes errados, alguns até do meu grupo de amigos, considero que isso não se escolhe. Muitas vezes tinha de os ver a cair nas garras de cabras escanzeladas que só os queriam usar e fui a amiga, companheira e conselheira que eles precisavam. Geralmente convidava-os a ir comigo jantar e ir ao cinema, ou dar uma volta para espairecer, e no meio do meu coração partido ainda conseguia arranjar palavras de conforto para lhes dar, mesmo vendo que o seu sofrimento era por uma pessoa que não merecia. E não me envolvia quando sabia que eles estavam com essa vontade, por estarem mais em baixo. Essa era outra grande qualidade que eu tinha. Era a de saber separar as coisas. De não me deixar envolver quando sabia que o rapaz estava carente. MRPs aproveitavam o que havia. Ao menos tinham namorado, ou tinham ido para a cama com X ou com Y. Perdi muitas "relações" porque me recusava a fazê-lo.

Pelos vistos,ser gira dá trabalho, e envolve diplomacia. Pois eu tenho a informar que ser inteligente também dá e também envolve diplomacia, especialmente no que toca a meter cabras escanzeladas no seu lugar. Se vissem a entrevista com o Bruno Nogueira, veriam a forma vulgar como ela fala das "gordas", a maneira como ela não se sabe expressar sem ser aos gritos, ou seja, a chamar atenção excessiva a si própria por não ter nada de inteligente para dizer, e o asco que causa ver que alguém assim é considerado um "ícone cultural". Mais uma prova que Portugal não é para mim. De qualquer forma não sinto nada que não seja orgulho no que sou e no facto de me ter dado e associado com quem escolhi asociar, nunca me deixando cair em influências de gente que não tem um pingo de humildade ou de respeito pelas pessoas que são diferentes. Como a própria Margarida Rebelo Pinto diz tão bem, naquele seu livro com nome de maço de tabaco:

´Há pessoas que nascem más, essa é uma fatalidade que as afecta a elas próprias ainda mais do que aos outros. A longo prazo, todas as cobras acabam por provar o seu próprio veneno.´

Quem diz cobras, diz cabras. Ao menos ela sabe bem o que é.

Bem, já chega porque dar importância é mais do que ela merece.

Vou acabar com o meu blog por enquanto. Este semestre académico está a exigir muito de mim e não tenho tido tempo para considerar coisas interessantes para desenvolver aqui. A preguiça também não ajuda. Obrigada aos que me seguiram e que comentaram o que eu escrevi. Obrigada pelo apoio, pela confiança.

E até já

Eh pa "até já" não, que isso é publicidade grátis.

Até um dia destes*