quarta-feira, 27 de abril de 2011

I'm back...and managing customer relationships

Voltei*

E gostava de vos falar de coisas sérias, nomeadamente partilhar com vocês a minha opinião relativamente ao auxílio das novas tecnologias para a comunicação.
Fiz um trabalho sobre a evolução histórica do CRM e tirei umas conclusões que conseguem ser um bocado contraditórias.

O CRM, para quem não sabe é a gestão da ligação ou relação que as empresas têm com os seus clientes. Ora, se pensamos em ligação/relação/conecção, pensamos supostamente numa ponte entre ambos os agentes, e na situação em questão, preferencialmente directa. Então porque é que eu só encontro definições de CRM directamente relacionadas com software? Os computadores não são uma ligação digital, que produz uma comunicação imediata, mas nontheless, distante? Será de facto essa ligação distante que as empresas de hoje em dia privilegiam para fidelizar os seus clientes?

O CRM é identificado, sem ser designado como tal, desde as primeiras trocas comerciais, o melhor exemplo que encontro para vos explicar o que pode ser enquadrado como esta gestão de relação cliente-empresa, é a relação que os nossos pais e avós tiveram com os merceeiros da sua zona. Eu própria ainda cheguei a tê-la, porque em pequenina adorava ser eu a ir à mercearia da rua. Levava uma listinha de compras e a senhora da mercearia da rua, que eu já conhecia muito bem, iniciava o seu ritual de recolha dos produtos : retirava uma caixa de detergente de um sítio, uma barra de sabão azul e branco de uma prateleira muito alta, descia umas escadinhas e trazia me um saquinho de pão e aos poucos ia acumulando as coisas em cima do balcão, até ao momento em que estava tudo pronto para eu pagar e ir me embora. Enquanto ela o fazia, falava comigo. Perguntava-me como estavam os meus pais, como corria a escola, se não tinha frio, se já tinha lanchado, se queria levar um raminho de salsa porque lhe tinham trazido demais e ia se estragar, se quería experimentar a manteiga nova que tinha chegado e que era muito boa, se eu provasse e trouxesse para casa em vez da que tinha na lista, ela dava me um rajá (sim, um rajá, se não sabem o que é, vão ao google ahaha). E isto atraia-me. Fazia-me, com os meus 9 aninhos, ter vontade de lá voltar.

Hoje falamos em ligações com o cliente que se tornam quase estritamente obscuras, criadas com base em processos informáticos, sem qualquer personalização, porque acabam por permitir concretizar acções mais generalizáveis, com pequenos pontos que identificam o cliente e que o fazem ter uma "falsa" ideia de focalização neles próprios. O que quero dizer com isto? As cartas que recebo da Fnac, por exemplo, começam com Exma. Srª. Dª. Ana Moreira. Do meu banco, começam com Exmo(a) Sr.(a).
6 anos de conta e ainda não sabem se sou macho ou fêmea?

E com isto, fica uma pergunta no ar, estamo-nos a aproximar (e a gostar) de uma era em que somos mais um em qualquer relação com uma firma? Não teremos efectivamente direito a reconhecimento quando nos fidelizamos e decidimos regressar a um estabelecimento? As relações comunitárias, de pequenos lojistas, continuam fortes e as das grandes organizações são cada vez mais distantes e sem um pingo de senso (salvo raras excepções) e nós estamos a aprender na escola o contrário? PIOR...estamos a chegar a uma era em que as empresas acham que ter um canal no Facebook, as torna inovadoras e preocupadas com os seus clientes...muitas delas criam os canais e vai lá alguém fazer manutenção uma vez por mês,  mesmo que os clientes façam questões, mais vale bater com a cabeça na parede e esperar por emagrecer como se dizia há uns anos...

enfim.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Margarida Rebelo Pinto e o adeus...

Sendo a pessoa ocupada que sou, só ontem é que tive oportunidade de ver o episódio de sexta feira do Lado B, o programa do Bruno Nogueira. Um dos seus convidados foi uma pessoa que já de si pouco me interessava, porque o livro "Sei lá" está guardado no mesmo sítio desde o ano de 2001, quando mo ofereceram no Natal e li as primeiras páginas. Não sei porquê, mas na altura, Saramago parecia me mais...português. Mas descobri, para além da postura vulgar da senhora, que ela escreveu uma pérola que partilho convosco, neste link que se segue, e que sugiro fervorosamente que leiam


Como sinto que há coisas que não devem ser deixadas impunes e aproveitando o facto de me estar a despedir da blogosfera, pelo menos para já, aqui vai o trecho:

As Gordinhas - the comeback

(LOL gosto desta fotografia, estou...solta)

Gostava antes de mais de dizer, eu sempre fui gordinha, sempre fui "espertalhona", mais a roçar o inteligente, e sempre fui muito amiga do grupo de rapazes, aliás sempre me identifiquei mais com rapazes do que com raparigas. A razão é muito simples, miúdas da espécie da Margarida Rebelo Pinto, contaminavam todas as outras, gordas e magras, à vontade de atingir um valor muito elevado que era o de ser "fixe". Mas o "ser fixe" já na minha altura significava perder todo o amor próprio e permitir-se fazer coisas que, para mim, eram absolutamente inconcebíveis.

Se na crónica ela diz que é mau fazer chichi de pernas abertas num beco do bairro alto, abrir as pernas a metade do Mundo, para mim, é bem pior. E eu, como gordinha assumida que sou, considero que fiz escolhas a esse nível de que me orgulho todos os dias, porque foram ponderadas e de minha vontade, não para ter aceitação, nem para dizer que o fiz. Aliás, do meu lado eu tinha a oportunidade de ouvir e avaliar os desempenhos desse tipo de pessoas, quando eram citadas em escárnio e ridicularizadas porque "levaram com ele" mas no dia a seguir já não existiam. Considero que lidar com os rapazes me ajudou a ver que é bem melhor não ser "fixe" e ser apenas amiga.

As coisas são muito mais transparentes com os rapazes, e ao contrário do que se pensa, num grupo deste tipo, não é comum fantasiar em ir para a cama com um dos outros, isso estragaria toda aquela coisa que é...hum...a "amizade" que a MRP não sabe bem definir, porque nunca deve ter tido uma que não fosse comprada pelo seu charme natural (iuc). O facto de não termos formas poderia ser um problema, se fossemos todas iguais, de forma a que esse facto pudesse ser extrapolado a todos os casos, que é o que a MRP faz estupidamente por uma razão apenas, o total desconhecimento de algo que não sejam os seus 52 quilos de ignorância gritante.

O álcool servia efectivamente para toldar a visão aos rapazes, e sem dúvida que eu poderia lá estar ao lado deles, tão ou mais toldada, a apontar MRPs que pudessem ser comidas nessa noite, por parecem tão fáceis e "baratas". Não estava, de todo, ao lado deles para ver se me saía a sorte grande.

Em oposição às gordinhas, esta...coisa...fala de miúdas giras. Ou seja, nas palavras dela, excluem-se mutuamente. Modéstia à parte, considero-me uma miúda gordinha, mas gira, só que essa era e é a menor das minhas qualidades. Eu tenho uma coisa que MRPs não têm, aliás tenho várias, nomeadamente personalidade, mas não vamos estar a fugir ao core, tenho conhecimento de causa, não insulto o que não conheço, nunca fiz com que ninguém se sentisse excluído e sempre fui amiga da maior parte das pessoas que pude, porque é esse o meu modo de estar. Ela e semelhantes, pelo menos o que ela retrata na crónica, são aquelas miúdas que rebaixam toda a gente, porque de si se sentem tão inferiores que precisam de se elevar, maltratando outros.

Ela fala de impunidade das gordinhas, porque as pessoas têm pena delas. Pena? Olha aqui esta gordinha tem pena que ela não tenha sido uma miúda que não vivesse para apontar o dedo aos outros, e tenho acima de tudo muita pena que esta...coisa continue a ter permissão para escrever as baboseiras que escreve. Tenho também muita pena que ela tenha tentado processar pessoas que dizem, com toda a razão, que ela escreve em sistema de carimbo, ou seja, tansporta frases de uns livros para outros e que as suas personagens têm sempre as mesmas características porque ela não tem capacidades literárias para as caracterizar em contextos sociais diferentes. Tenho acima de tudo pena que esse processo tenha sido arquivado por falta de fundamento. Também tenho pena que ela se tenha licenciado e que os professores da FLUL se envergonhem do que ela fez com a formação que eles lhe deram. Está há 10 anos pendurada numa carreira que começou graças às caralhadas (pardon my french) que disse no primeiro livro. E isso dá me pena.

Em relação a relacionamentos, neste momento estou apaixonada e sou correspondida, mas curiosamente não começou por nenhuma das razões pela qual os homens pelos vistos se envolvem com as gordinhas, mencionadas na crónica. Aliás, ele nem gosta de beber álcool. E gosta particularmente de duas coisas que eu tenho que a MRP não tem. Sim isso também, mas eu estou a falar de substância e de respeito pelo próximo. Em miúda, apaixonei-me por alguns rapazes errados, alguns até do meu grupo de amigos, considero que isso não se escolhe. Muitas vezes tinha de os ver a cair nas garras de cabras escanzeladas que só os queriam usar e fui a amiga, companheira e conselheira que eles precisavam. Geralmente convidava-os a ir comigo jantar e ir ao cinema, ou dar uma volta para espairecer, e no meio do meu coração partido ainda conseguia arranjar palavras de conforto para lhes dar, mesmo vendo que o seu sofrimento era por uma pessoa que não merecia. E não me envolvia quando sabia que eles estavam com essa vontade, por estarem mais em baixo. Essa era outra grande qualidade que eu tinha. Era a de saber separar as coisas. De não me deixar envolver quando sabia que o rapaz estava carente. MRPs aproveitavam o que havia. Ao menos tinham namorado, ou tinham ido para a cama com X ou com Y. Perdi muitas "relações" porque me recusava a fazê-lo.

Pelos vistos,ser gira dá trabalho, e envolve diplomacia. Pois eu tenho a informar que ser inteligente também dá e também envolve diplomacia, especialmente no que toca a meter cabras escanzeladas no seu lugar. Se vissem a entrevista com o Bruno Nogueira, veriam a forma vulgar como ela fala das "gordas", a maneira como ela não se sabe expressar sem ser aos gritos, ou seja, a chamar atenção excessiva a si própria por não ter nada de inteligente para dizer, e o asco que causa ver que alguém assim é considerado um "ícone cultural". Mais uma prova que Portugal não é para mim. De qualquer forma não sinto nada que não seja orgulho no que sou e no facto de me ter dado e associado com quem escolhi asociar, nunca me deixando cair em influências de gente que não tem um pingo de humildade ou de respeito pelas pessoas que são diferentes. Como a própria Margarida Rebelo Pinto diz tão bem, naquele seu livro com nome de maço de tabaco:

´Há pessoas que nascem más, essa é uma fatalidade que as afecta a elas próprias ainda mais do que aos outros. A longo prazo, todas as cobras acabam por provar o seu próprio veneno.´

Quem diz cobras, diz cabras. Ao menos ela sabe bem o que é.

Bem, já chega porque dar importância é mais do que ela merece.

Vou acabar com o meu blog por enquanto. Este semestre académico está a exigir muito de mim e não tenho tido tempo para considerar coisas interessantes para desenvolver aqui. A preguiça também não ajuda. Obrigada aos que me seguiram e que comentaram o que eu escrevi. Obrigada pelo apoio, pela confiança.

E até já

Eh pa "até já" não, que isso é publicidade grátis.

Até um dia destes*

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

It's kinda sad

It's kinda sad when you're trying to start something and you suddenly realize you don't have the time to keep up.

It's kinda sad that you decided to start on a diet, and everyone notices except the one person you wanted to.

It's kinda sad when you know you can do so much better, but when the results arrive you still think "Hey it wasn't a great job, but it's good enough"

It's kinda sad when you try your best to please everyone but still have to hear things from them that chill your blood and make you doubt your essence

It's kinda sad when you know the possibilities, but you're too afraid to take that next step, the one that changes everything
It's kinda sad that you don't believe you're worth it until someone tells you so

It's kinda sad when you just want to fly, to reach as high as you can, but you have a ball and chain grabbing on to your left foot

It's kinda sad when you feel you've acomplished something, but notice someone else is stepping on your deed

It's kinda sad when you're just not that smiley and everyone starts asking why

It's kinda sad when you're trying to maintain a posture, but your inside is bursting with saddness
It's kinda sad when you're sitting in class but you feel like screaming and crying

It's kinda sad when everyone is expecting you to do it, but when you do, no one cares

It's kinda sad when you know there's so much more, but you settle for less

It's truly sad when everyone looks up to you for positivity when inside, you're miserable...



quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Regresso às aulas

Digam lá que não têm saudades do regresso às aulas. E aulas, refiro-me a aulas de qualquer um dos ciclos preparatórios para o ensino superior.

Ir comprar canetas que só apetece experimentar em tudo o que é papel, os cadernos a cheirar a novo, com as folhinhas ainda tão direitas e imaculadas, os estojos novos, onde têm de caber as mil canetas de cores diferentes que comprámos, das quais não usaremos nem cinco ao longo de todo o ano lectivo. As mochilas, que na minha altura não tinham rodinhas, levavam os livros das disciplinas de um dia inteiro, chegava a andar com 10 quilos de material escolar às costas.

Os dossiers onde eu colava recortes de revistas do que eu mais gostava, cantores, actores, desenhos animados, fotos minhas com os amigos, colava tudo o que tinha simbolismo e cheiro a adolescência. Os livros novos que só apetecia explorar, mas que sabíamos que mais dia menos dia nos dariam dores de cabeça. Os lápis novos, que afiávamos de raiz, porque eram vendidos sem ponta, que saudades!

Fazer os sumários no início da aula, para saber o que íamos dar, dizer "Presente" quando a professora chamava o nosso nome, sermos chamados ao quadro, para escrever em ardósia, com giz branco para o "normal" e giz de cores para sublinhar ou evidenciar a parte mais importante do exercício. Ficar com pó branco na ponta dos dedos e adorar quando eramos nós a estrear o pau de giz branco, que acabava sempre por se partir ao meio nas nossas mãos, ou aproveitar aqueles cotos minusculos que a professora deixava, em formato de triangulo, que ainda davam para escrever mais uma ou duas palavras ou números.

Na primária, as mesas da escola onde andei ainda tinham um tampo de abrir, que tinham no topo uma ranhura para colocar a caneta permanente e o buraco para pôr o tinteiro, recordações de regressos às aulas muito anteriores. Adorava picotar as folhas com as letras do alfabeto, em cima de uma esponja amarela, com um pico pequeno, com cabo de madeira, onde colávamos um pequeno papel com o nosso nome (e agora já nem existe este sistema, agora há tesouras de picotar), usar os compassos, os esquadros, as réguas, os transferidores, era tudo tão jovem, era tudo tão primordial e interessante. E as plasticinas? Deliciosas de brincar! O cheiro da cola UHU, que era a que os meus pais me compravam e que na altura nos fazia comichão no nariz quando tirávamos a tampa, mas que nos permitiam fazer colagens de tudo, nos trabalhos plásticos, até os nossos dedos. Lembro-me que ficava com cola nas mãos durante pelo menos um ou dois dias!

As linhas de miósotis que fazía no caderno para diferenciar as matérias, na primária, que recordo com tanto prazer, porque era geralmente nestas pequenas flores que tinham de caber apenas numa linha, que se estreavam as canetas de feltro. Geralmente era uma embalagem de 12 canetas, 25 só para alguns, da marca MOLIN, e recordo-me muito bem da sensação de retirar a tampa e sentir aquele cheiro característico. Essas canetas já não serão uma realidade para os nossos filhos, porque a fábrica fechou, no entanto cada vez que vejo dessas canetas lembro-me dos desenhos que escolhia fazer com cada uma delas. O sol, que era sempre a amarelo torrado, os rostos dos bonecos que desenhava, a cor de pele, as flores sempre com o verde mais escuro, porque o mais claro era para a relva. O castanho para os troncos das árvores. Perdemos grande parte do que eram as coisas realmente boas de se andar na escola.

E hoje, já nem nos lembramos e quando chega a esta altura e vemos as crianças nos corredores, a escolher o material escolar, enquanto nós estamos a ir buscar a caneta azul número 523, desejamos cá dentro estar a correr, corredor atrás de corredor, a escolher as canetas mais bonitas, os afias mais elaborados, os cadernos da nossa cor preferida, correr de volta para ao pé dos nossos pais e perguntar "Posso levar isto?" vezes sem conta. Levar 3 ou 4 nãos, e não ficar chateada com isso, voltar a ir escolher substitutos. São recordações tão doces. Eu pelo menos sinto isso muito, vocês não?

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Filmes da nossa infância. Nossa salvo seja...

Sou só eu que ainda fica contente de ver filmes antigos no Natal? Eu adoro filmes de quando era pequenina, nada me demove de ocasionalmente procurar no youtube um filme inteiro para me distrair quando tenho tempo livre. Gostava de vos relembrar alguns...daqueles que nos dão cociguinhas no estômago de lembrar...e dar-vos acesso a eles ;)

Ruthless People - "Por Favor Matem a Minha Mulher" (aquelas traduções TÃO literais)
Link da primeira parte (depois vão clicando nas seguintes para ver o filme todo)
http://www.youtube.com/watch?v=ZjHuFbXDvXw

Danny Devito no seu melhor com a Bette Middler. Este filme já tem mais de 20 anos e eu continuo me a rir que nem uma desgraçada cada vez que o vejo.

I Love You To Death - "Amar-te-ei Até te Matar"

Kevin Kline novinho, e River Phoenix, que nos deixou tão novo eque tem aqui um papel muito engraçado. O desgraçado do Joe Boca farta-se de morrer e não há maneira de ser definitivo
Super Mario Brothers Movie - "Super Mario o Filme"
Dennis Hopper, John Leguizamo e Bob Hoskins antes de ser o Ms. Shmee no "Hook" (http://www.youtube.com/watch?v=DEgMkUOoRrU).

Twins - "Gémeos"

É TÃO giro este filme - Danny Devito e Arnold Desfaz se em merda :P

Big Business - "As Gémeas"

Dos melhores - Lilly Tomlin e Bette Middler...

e finalmente...

Ghostbusters - "Os Caça Fantasmas"

Dan Akroid, Bill Murray e Sigourney Weaver com a pandilha contra o fantasminha verde!!!




Deixo-vos com o link da minha música preferida de infância, de um filme que infelizmente não consigo encontrar nem no youtube nem em lado nenhum (grátis, claro). Somewhere out There do filme Fievel - Um Conto Americano

Saudações da Anita



terça-feira, 7 de setembro de 2010

Azar ao amor? Sacrifique uma vaca

Antes de mais...tenho saudades do Global. Era o meu jornal gratuito de eleição. Agora I'm stuck com o Destak. Foi a lê-lo que me ocorreu um bom tema para escrever.

Toda a gente tem problemas, sejam conscientes ou não, há sempre alguma pedra no nosso sapato, por mais felizes que estejamos. Mas, como se costuma dizer, se "Se é chato coça, se coça faz ferida, se faz ferida vai ao médico, se vai ao médico paga, se paga é chato, se é chato coça....". Porque é que as pessoas desesperam para resolver problemas a qualquer custo? Como é que há pessoas que se deixam cair em falcatruas que as levam à falência, aumentando ainda mais os seus problemas? Conheço duas situações que me revoltam porque considero tão obtuso que me faz realmente acreditar que Portugal está cheio de tansos, ingénuos, ignorantes e incapazes de discernir o certo do errado.

Uma delas é a igreja do Reino de Deus. Essa espécie de instituição dita "religiosa" pode realmente dar aos seus "ovelhinhos" uma nova razão para viver. Que é encher-lhes os bolsos de dinheiro. Mas de certa forma, há coisas que eu consigo entender. Quando aquilo que as pessoas realmente necessitam é um bocadinho de fé, as igrejas deste tipo dão-na. Aliás, incentivam as pessoas a ter esperança que TUDO se pode realizar. Ás vezes o que é necessário é alguém dizer "Tu és capaz, isso vai acontecer, tu vais melhorar" e eles dizem-no. O problema é que pedem dinheiro e fazem as pessoas acreditarem que é essa doação que faz com que a sua fé e esperança voltem. Não brinquem comigo, porque é que estão sempre enormes carrões, topo de gama, à porta das igrejas? É alguma espécie de dividendo de Deus por atrairem crentes? Sou completamente contra as pessoas que pretendem vender a fé e os milagres "atidos" a essa fé. Mas sou ainda mais a favor dos frequentadores abrirem os olhos e pararem de dar dinheiro a esses grandes chulos. Vão a uma igreja a sério se são crentes, lá corre um cesto para dar dinheiro, mas ninguém vos olha de lado se não puderem dar e se tiverem a mais têm caixas de esmolas onde podem dar se quiserem. No Reino de Deus é "Queres? 5000 euros".

 Mas isto ainda é o menos. Conheço duas pessoas que já consultaram um daqueles mil "professores" videntes, curandeiros, bruxos, que fazem curas milagrosas para tudo, desde dores de barriga a traição marital. Um senhor que eu conheço teve um problema com a mulher. Traiu-a e ela deixou-o. Mas ele arrependeu-se muito e queria-a ter de volta a qualquer custo. Então visitou um dos professores. Quando lá chegou, entrou numa sala forrada a panos de seda com cores muito berrantes, roxos, rosas e afins e avistou no fundo da sala, um senhor vestido de turbante azul, sentado, com o cotovelo numa mesa, com a cabeça apoiada na mão, a olhar para uma pequena televisão que estava atrás dele, num daqueles suportes altos de parede. O cliente sentou-se. Ele disse bom dia. O cliente começou a falar e ele manteve-se na mesma posição, a olhar para a televisão, onde estava a dar a telenovela. O cliente falou durante cerca de 20 minutos, a dizer o que o trazia ali, até que se cansou de falar para o boneco e perguntou-lhe se ele podia ouvi-lo e dizer qualquer coisa. E o professor respondeu:

- Os espíritos falam comigo através da televisão, eu estou a ouvi-lo, mas eles estão me a dizer as respostas que você procura e no final de me contar a sua história eu já vou ter a solução para todos os seus problemas.

E o senhor que eu conheço continuou a falar, enquanto o professor via a telenovela ( =S ). No final, a solução era muito simples. Se ele queria ver o problema resolvido, pagava 1500 euros de sinal, trazia algum cabelo da senhora, uma fotografia, uma galinha preta viva, esperava quinze dias, voltava lá para saber se tinham havido progressos, pagava mais 1500 euros se ainda não tivesse sido resolvido, porque era sinal que era muito forte e tinha de levar mais pertences da senhora, uma peça de roupa ou algo parecido e novamente uma galinha preta, e finalmente quando fosse resolvido, pagaria 5000 euros. Acham que se resolveu alguma coisa? Não, não se resolveu nada. Acham que ele alguma vez conseguiu reaver o seu dinheiro? Não, claro que não. Ele chegou efectivamente a pagar os 5000 euros, porque a mulher lhe tinha ligado e isso para o professor, era o início das conversações de paz e no espaço de um mês estaria tudo resolvido. Já lá vão quase dois anos. Eles continuam separados.

O outro senhor foi bem pior para mim. Não tanto pelo dinheiro, a quantia não foi muito diferente, mas foi o que ele teve de fazer, a mando de outro dos professores que consultou. Este tinha um problema relacionado com o emprego. Ele tem uma doença mental degenerativa que lhe estava a toldar a capacidade de efectuar o seu trabalho. Quando lá foi, recebeu logo o chá - "eu sei o que se passa consigo, preciso que você me pague 2000 euros e se encontre comigo num sítio que eu lhe vou indicar amanhã de manhã, numa mensagem escrita". Toma lá os 2000 euros, no dia seguinte recebeu uma mensagem a dizer para se encontrar com ele num descampado ali para os lados da Amadora e quando lá chegou, estava lá o senhor e uma cabra. O que ele teve de fazer foi matar a cabra, sangrá-la, fazer umas rezas, beber um bocado do sangue e ir embora para casa esperar resultados. Passado um mês, continuava à espera. Pagou mais 3000 euros, pelo resultado que chegaria. Isto foi há cerca de 3 anos, ele hoje está reformado por invalidez.

Não se deixem enganar por esses charlatões.

Saudações da Anita

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Food and food

Tenho de vos dizer, este fim de semana nasceu em mim um Jamie Oliver pequenino. Só me apetecia cozinhar, e cozinhei três pratos magníficos! (Modéstia à parte) Tudo me inspirava, fartei me de ver programas dos "Globe Trekkers" e "Planet Food" e de lá saíram duas maravilhas culinárias. Ou melhor 3, mas a última é tipicamente portuguesa, nada de especial em termos de influências, a não ser a minha brilhante astúcia (MUAHAHAHA).

Antes de mais, todas elas servem seja de que maneira for, para aproveitar restos. Não se tem de fazer com ingredientes novos, um bife frito pode voltar a ser utilizado, frango assado idem.

Um deles foi inspirado no Globe Trekkers em Barcelona e tem o nome fantástico de "Mar e Montanha". Como eu mudei a receita para se assemelhar mais a algo que eu comesse, vou lhe chamar "Trancão e Morro". Então o que é necessário é frango, eu usei meio frango fresco, que deu para 3 pessoas, sem miúdezas e cortado em pedaços não maiores que a palma da mão (temperado antes de ir para a panela com sal grosso, pimenta e um bocadinho de tomilho), uma colher de sopa de sal grosso para usar mais tarde, meio copo de azeite (presumivelmente 10/15ml), cabeças de gambas, umas 5 ou 6 chegam, as gambas em si são opcionais, eu usei, mas não é necessário, só mesmo as cabeças, 2 cebolas grandinhas, 3 dentes de alho, 3 cenouras, um pimento verde, dois tomates não muito grandes, um copo grande de água e um cálice de vinho do porto (a mesma quantidade do azeite). Tudo o que é legume, eu cortei aos pedaços, em nenhum formato em particular, cortei para meter tudo para a panela, ou seja, o mais pequeno possível. Mete-se o azeite e as cabeças de gambas numa panelinha, em lume brando para não esturricar (como é meu hábito) e deixa-se estar um bocadinho, até as cabeças de gamba começarem a ficar bem douradinhas. Tiram-se as cabeças e podem se meter as gambas ou não, como preferirem, e mete-se de seguida o frango, toda a parafernália de legumes, o copo de água, o vinho do porto e a colher de sal. Em lume bem brando, deixa-se cozinhar o franguinho e quando estiver todo bem branquito, que pode demorar cerca de 20 minutos em lume brando, pode se colocar lá dentro ou massa já semi cozida ou já cozida de outra refeição que queiram reaproveitar, ou mesmo arroz. E mantém-se na mesma o lume brando até coser, ou até aquecer, ou seja, 10 minutos se ainda nao tiver cosido, 5 se já tiver. A melhor parte é ver o meu gajinho a "lember-se" todo com as minhas culinárias malucas.

O outro prato é muito simples. São "Tortilhas", mas mais uma vez, como eu fiz à minha maneira, vou lhes chamar "Tortolas". Para este podem usar várias carnes que tenham para o frigorifico, de outras refeições, e picam tudo. Podem usar carne de vaca e/ou peru frescas e também picar tudo. E para a outra parte do prato, podem usar esses mesmos bifes já fritos e cortá-los aos quadradinhos da largura do vosso polegar, ou fazer o mesmo com bifes frescos. Passo número um - comprar tortillas. Eu comprei uma embalagem de 10 no Jumbo, que me custou cerca de 2 euros e tal. Para 3 pessoas isso chega, para mais que isso, tem de se comprar mais! Menos que duas não é uma refeição.  Os bifes cortados aos pedacinhos são para temperar com sal e pimenta e para panar. E pelo amor de Deus, não me comprem aqueles bifes já panados, sõ o qudruplo do preço dos bifes simples e pana-se a carne em 5 minutos. Três pratos, sendo que dois deles deveriam ser preferencialmente de sopa. Num deles, 2 a 3 ovos e um bocadinho de vinho branco. No outro, pão ralado. Acho que não é preciso ser-se um génio para entender a ordem disto, certo? Bem, como eu ando numa onda de comida saudável, em vez de fritarem os panados, experimentem pô-los no forno. A 200 graus, cerca de 15 minutos. Foi o que eu fiz e fiquei com milhentos quadradinhos de carne panada com um aspecto fantástico. Sem óleo a escorrer. Cortei 1 pimento aos palitos (ou qualquer coisa parecida) e ralei uma cenoura. No centro da tortilha pus 3 ou 4 quadradinhos panados, 3 ou 4 tirinhas do pimento e um pedaço de cenoura ralada. Mete-se um bocadinho de maionese, para selar a tortilha em cima. Podem usar da de alho, eu uso a que o meu pai faz que é para mim, uma das maravilhas do mundo. O que também é capaz de ficar bem aqui é maionese com um bocadinho só de doce de morango. É absolutamente maravilhoso.

Para a outra parte do prato, cerca de meio quilo de carne picada (que pode ser reutilizada com um bocadinho de massa, que dá um optimo esparguete à bolonhesa) temperada com vinho branco, sal e pimenta, um bocado de manteiga e de banha de porco, uma cebola cortada aos quadradinhos bem pequeninos, 2 tomates cortados às fatias, e 3 dentes de alho. Tudo excepto a carne, é colocado numa panela e deixa-se estar um bocado em lume brando, quando a cebola já estiver molinha, coloca se um bocado de sal, e pica-se tudo com o 1, 2, 3. Eu ainda sou do tempo do 1, 2, 3 e não há nada que mo substitua, principalmente para javardar o fogão todo com pedaços do que pico dentro das panelas. Quando estiver tudo picadinho, corta-se uma cenoura aos bocados grosseiros, mas relativamente pequenos e mete-se la para dentro com a carne. Lume brando. Quando a carne estiver toda uniformemente castanha, deixa-se estar mais 5 minutos no refogado e pode-se apagar o lume. Numa frigideirinha, salteei duas cenouras com um pedaço de manteiga e vinagre balsâmico. Quando as sentirem moles, desliguem. Na tortilha, metam a carne picada no centro e três ou 4 tirinhas da cenoura que se forem como eu, não vão conseguir parar de comer.

Para sobremesa, tive uma grande ideia. Aproveitar todas as frutas do frigorifico, que lá ficariam Ad eternis, se eu não as usasse. As que eu usei foram: 3 maçãs, 2 pêssegos, duas fatias de melão, 1 laranja, 1 tangerina, 5 ameixas verdes e 4 roxas e uma banana. Cortei as todas aos quadrados pequeninos. Mais ou menos a meio, salpiquei toda a fruta com canela e uma chavena daquelas de café, cheia de açucar. Continuei a cortar e no final adicionei mais açucar por cima,  um copo grande de vinho do porto e duas flores de anis secas, misturei tudo com as mãos (logo a seguir a ter tirado macacos do nariz) e meti no frigorifico cerca de duas horas. Nham é o que vos tenho a dizer

P.S. - as fotos são dos originais, os meus desapareceram depressa demais entre os dentes de toda a minha família para eu ter tido oportunidade de os captar

Saudações de água na boca da Anita.