quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Uma faca? Anyone? Não? ok...

Nem vos consigo explicar bem a quantidade de projectos que apareceram de repente na minha cabeça e que me teem consumido o tempo todo. Entre eles, os piores: os exames que tenho de fazer agora em Setembro, o facto de ter decidido o tema do meu trabalho de final de curso que me tem dado pano para mangas e me tem deixado muito entusiasmada e finalmente, a concretização de um dos maiores sonhos da minha vida, que só em Janeiro se irá concretizar, mas que me faz sonhar e rir como os malucos constantemente!

Ontem já tive o meu primeiro exame e digo-vos de antemão, Ética é engraçado, mas resolver problemas de forma a que o máximo de pessoas fiquem felizes e poucas ou nenhumas prejudicadas, é cá uma treta! Imaginem que um senhor vai fazer um check up ao hospital, e de repente descobrem que ele tem uma apendicite e tem de ser operado de urgência. 4 pacientes, no mesmo hospital, precisam de 4 transplantes de órgãos para sobreviver e coincidentemente, este senhor da apendicite tem o mesmo tipo de sangue do que eles e reune todas as condições para ser doador. Pela lógica do utilitarismo, uma das correntes éticas, este senhor devia ser sacrificado pela felicidade dos outros, porque a dor/sofrimento dele é largamente ultrapassada pela sobrevivência, logo prazer, dos outros 4. Curioso an? Uma teoria de ética, que supostamente analisa a moral dos homens, mas que viola completamente a condição e a integridade humana. Mas a conotação também é puxada um  pouco ao extremo, esta, tal como umas outras tantas situações são quase absurdas, mas para Jeremy Bentham, o seu fundador, eram justificáveis. Este grande senhor está em exposição (sim, o senhor é que está em exposição) numa faculdade no Reino Unido, com o seu corpo mumificado, uma cabeça de cera e a sua cabeça no meio dos seus pés. Em exposição. Dentro de um armário. Os alunos tiravam-lhe a cabeça (devem ter sido criados por lobos) para prepar partidas na fase das praxes, então a cabeça ficou muito mais deteriorada que o corpo. Meto-vos aqui uma fotografia para terem sonhos bonitos esta noite.

Em notícias igualmente macabras, vi há alguns dias no Travel Channel um programa de dois exploradores que visitam as cidades do Mundo e que vieram até Lisboa. Então vou vos dizer o que eles retrataram em Lisboa. Na baixa, um deles estava a beber uma cerveja numa esplanada e chegou um homem todo roto que desatou a andar de skate e a dançar Michael Jackson, ao que ele achou muita piada. No final, parecia que ele se tinha ido embora, mas afinal voltou para trás e pediu lhe uma cerveja. O apresentador disse lhe para ele a ir buscar que lha pagava. Ele trouxe um balde de meio litro de cerveja e foi se embora. Logo a seguir, o apresentador dirigiu-se à casa de Ginja. Lá, mais uma vez, foi interpelado por um senhor bêbado, que se limitou a grunhir para ele enquanto ele lhe tentava perguntar se havia de comer a ginja ou não. Senti-me verdadeiramente envergonhada. Os apresentadores passaram o tempo a fazer pouco da cidade, da cultura, das pessoas. Senti-me verdadeiramente triste. Não é que seja uma apologista fervorosa de Portugal, mas é um país que tem muita história e muita cultura, mas não admito que venham fazer pouco da cidade, porque decidiram emitir dois bêbados que fizeram com que os atrasados dos apresentadores catalogassem a cidade de imediato. Foram ao Bairro Alto à noite e um miudo que pelos vistos não gostava muito da confusão de lá, foi lhes dizer que lá estava porque adorava estar bêbado. Filmaram pessoal no marmelanço encostado às esquinas, pessoal a vomitar e ainda lhes foram dizer que tinha sido morto um rapaz naquela rua na noite anterior. Cada vez pior. Lá se decidiram a ir às praias da linha (ao menos nao foram assaltados, mas a àgua pelos vistos era horrível, pelo que ela disse) e foram a Sintra, que os encantou. Sintra encanta toda a gente. Falaram da quinta da Regaleira, foram lá fazer pouco do riquinho que estoirou a fortuna naquele sonho macabro da construção da quinta e no dia seguinte foram até ao Aqueduto das Àguas Livres. Aí foi-lhes contada a história de Diogo Alves, o assassino que roubava as pessoas e as mandava do aqueduto lá para baixo por maldade. Diogo Alves foi apanhado, enforcado (último português a que foi aplicada pena de morte) e a sua cabeça decepada para estudo, os centistas portugueses da faculdde de ciências de Lisboa queriam entender se havia alguma causa fisionómica para gerar tanta maldade voluntária e gratuita. A cabeça pressiste, em formol, num frasco. Uma feição estranhamente calma, tendo em conta a quantidade de pessoas que matou por uns trocos. Deixo-vos com mais uma imagem bonita. Como os estudantes de medicina o chamam, carinhosamente, apresento-vos o "Fu-Manchu" Diogo Alves. Arranjaram essa alcunha porque as feições de Diogo Alves parecem agora passado este século, as feições de um oriental.

E pronto, prometo-vos que amanhã volto

p.s. - sim tenho um fascínio um bocado doentio pelo macabro, mas acho que todos temos um bocado.

Saudações da Anite

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