terça-feira, 1 de junho de 2010

O Garfield, as crianças e a minha infância

Pessoal, acho que encontrei o Garfield. Da vida real!



Feliz dia da criança! Hoje temos desculpa para andar por aí todos pintalgados e sujos, a correr atrás dos nossos miúdos ou dos dos outros e no final do dia sentirmos de novo que era tão bom quando nos levavam para uma mata para fazer jogos sem fronteiras e no final do dia, já cheios de farinha, de água e de todos os tipos de germes existentes, davam nos um lanchinho que incluía um bongo, um bollycao e uma caneta daquelas compridas e maleáveis e que se estragava tipo dois dias depois. Eram os meus dias da criança, na minha altura não davam telemóveis nem ipods. E agora, um facto completamente random aqui no meio de tudo isto. O Dia Mundial da Criança foi proposto pela Federação Democrática das Mulheres e foi comemorado pela primeira vez em 1950.

Sinto muitas saudades da infância que tive e sei que poucas crianças terão hipótese de ter, tendo em conta o quando mudou o Mundo. Eu ficava na rua até ás 23 horas e não havia qualquer perigo. Ia a pé para casa e ninguém me fazia mal. Andava de bicicleta na rua, sem capacete, joelheiras e afins e continuo com as cicatrizes nos joelhos e no cotovelo para mo relembrar. Fazíamos carrinhos com caixas de madeira e empurravamo nos uns aos outros pela rua a baixo, brincávamos às mercearias com areias de diferentes cores e o dinheiro eram as folhas dos arbustos mais verdes, que vinham muitas vezes cheias de bichinhos que permitiamos que vivessem, pousando-os no chão. Não ficavamos horas a ver televisão, mas quando algum de nós fazia anos, juntávamo-nos todos para ver um clássico como a Mary Poppins ou a Branca de Neve, no vídeo de quem tivesse, ou no projector que tínhamos sempre apto no dia de anos da Inês, no quintal da sua casa. Íamos apanhar pinhões e fazíamos banquetes, partilhávamos os sumos, as sandes, os gelados e quando um de nós ficava a contar a jogar às escondidas, corríamos o mais depressa possível e escondíamo-nos em sítios impensáveis, como debaixo de carros, ou dentro do prédio de alguém que nos abria a porta quando tocávamos à campainha. Vestíamo nos muito bem quando era o aniversário de alguém, mas no final do dia já estávamos todos sujos por brincarmos no parque, ouvíamos Onda Choque e Mini Stars, mas também ouvíamos Roberto Carlos, Michael Jackson, Celine Dion e cantávamos, mesmo que fosse em chinomarquês. Jogávamos à bola e havia sempre um de nós que ficava na baliza, jogávamos ao queima, à apanhada, inventávamos jogos quando estávamos cansados de jogar sempre aos mesmos. Brincávamos horas a fio com os nossos berlindes e trocávamos uns com os outros, tanto os berlindes, como os cromos, os autocolantes e os pega monstros que nos saiam nas batatas fritas e nos bollycaos. Fui tão feliz nesses anos e sou ainda mais feliz por ter mantido durante 20 anos algumas dessas pessoas que viveram esta infância comigo. (e que podem, como eu, olhar para as nossas fotos e gozar com o que tínhamos vestido e com a nosa boca sem alguns dentes à frente e os cabelinhos aos caracois ou o chapéu de sempre). Obrigada por tudo isso =)

Saudações da Anita

1 comentário:

  1. Meu Deus, estou mesmo velha! :) As minhas festas de anos no meu quintal...Tchiiii!Era a malta toda do parque...! o_0 E no dia a seguir eram os teus anos,mais uma festa de anos!Nunca me esqueço.Ás vezes recordo-me de muita coisa.Existem pessoas que não se lembram de quase nada.Eu lembro-me praticamente de tudo.Irmos brincar até altas horas da noite, caíamos, esfolávamos-nos todos,andávamos de bicicleta sem protecções nenhumas,na estrada.Brincávamos no parque que em vez daqueles mosaicos fofinhos que põem agora para as crianças não se magoarem e partirem nada,era terra.Tinha pedras no chão,caíamos,e nada nos acontecia.Havia bulhas como sempre existiu,e a malta fazia questão sempre de ir separar os desentendidos.Agora, se fôr preciso andam todos à bulha, chamam os pais e a polícia e é o caos!Enfim...Tenho saudades de ser criança,e se fosse novamente, gostava de saber o que sei hoje.Olho para trás,e tenho já quase 28 anos, sorrio, e penso para mim mesma "tive mesmo uma infância feliz"!Belos tempos que infelizmente não voltam mais,mas que recordarei sempre ;) Obrigada Ana,por teres feito parte dela.
    Beijinhos
    Inês

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