quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Margarida Rebelo Pinto e o adeus...

Sendo a pessoa ocupada que sou, só ontem é que tive oportunidade de ver o episódio de sexta feira do Lado B, o programa do Bruno Nogueira. Um dos seus convidados foi uma pessoa que já de si pouco me interessava, porque o livro "Sei lá" está guardado no mesmo sítio desde o ano de 2001, quando mo ofereceram no Natal e li as primeiras páginas. Não sei porquê, mas na altura, Saramago parecia me mais...português. Mas descobri, para além da postura vulgar da senhora, que ela escreveu uma pérola que partilho convosco, neste link que se segue, e que sugiro fervorosamente que leiam


Como sinto que há coisas que não devem ser deixadas impunes e aproveitando o facto de me estar a despedir da blogosfera, pelo menos para já, aqui vai o trecho:

As Gordinhas - the comeback

(LOL gosto desta fotografia, estou...solta)

Gostava antes de mais de dizer, eu sempre fui gordinha, sempre fui "espertalhona", mais a roçar o inteligente, e sempre fui muito amiga do grupo de rapazes, aliás sempre me identifiquei mais com rapazes do que com raparigas. A razão é muito simples, miúdas da espécie da Margarida Rebelo Pinto, contaminavam todas as outras, gordas e magras, à vontade de atingir um valor muito elevado que era o de ser "fixe". Mas o "ser fixe" já na minha altura significava perder todo o amor próprio e permitir-se fazer coisas que, para mim, eram absolutamente inconcebíveis.

Se na crónica ela diz que é mau fazer chichi de pernas abertas num beco do bairro alto, abrir as pernas a metade do Mundo, para mim, é bem pior. E eu, como gordinha assumida que sou, considero que fiz escolhas a esse nível de que me orgulho todos os dias, porque foram ponderadas e de minha vontade, não para ter aceitação, nem para dizer que o fiz. Aliás, do meu lado eu tinha a oportunidade de ouvir e avaliar os desempenhos desse tipo de pessoas, quando eram citadas em escárnio e ridicularizadas porque "levaram com ele" mas no dia a seguir já não existiam. Considero que lidar com os rapazes me ajudou a ver que é bem melhor não ser "fixe" e ser apenas amiga.

As coisas são muito mais transparentes com os rapazes, e ao contrário do que se pensa, num grupo deste tipo, não é comum fantasiar em ir para a cama com um dos outros, isso estragaria toda aquela coisa que é...hum...a "amizade" que a MRP não sabe bem definir, porque nunca deve ter tido uma que não fosse comprada pelo seu charme natural (iuc). O facto de não termos formas poderia ser um problema, se fossemos todas iguais, de forma a que esse facto pudesse ser extrapolado a todos os casos, que é o que a MRP faz estupidamente por uma razão apenas, o total desconhecimento de algo que não sejam os seus 52 quilos de ignorância gritante.

O álcool servia efectivamente para toldar a visão aos rapazes, e sem dúvida que eu poderia lá estar ao lado deles, tão ou mais toldada, a apontar MRPs que pudessem ser comidas nessa noite, por parecem tão fáceis e "baratas". Não estava, de todo, ao lado deles para ver se me saía a sorte grande.

Em oposição às gordinhas, esta...coisa...fala de miúdas giras. Ou seja, nas palavras dela, excluem-se mutuamente. Modéstia à parte, considero-me uma miúda gordinha, mas gira, só que essa era e é a menor das minhas qualidades. Eu tenho uma coisa que MRPs não têm, aliás tenho várias, nomeadamente personalidade, mas não vamos estar a fugir ao core, tenho conhecimento de causa, não insulto o que não conheço, nunca fiz com que ninguém se sentisse excluído e sempre fui amiga da maior parte das pessoas que pude, porque é esse o meu modo de estar. Ela e semelhantes, pelo menos o que ela retrata na crónica, são aquelas miúdas que rebaixam toda a gente, porque de si se sentem tão inferiores que precisam de se elevar, maltratando outros.

Ela fala de impunidade das gordinhas, porque as pessoas têm pena delas. Pena? Olha aqui esta gordinha tem pena que ela não tenha sido uma miúda que não vivesse para apontar o dedo aos outros, e tenho acima de tudo muita pena que esta...coisa continue a ter permissão para escrever as baboseiras que escreve. Tenho também muita pena que ela tenha tentado processar pessoas que dizem, com toda a razão, que ela escreve em sistema de carimbo, ou seja, tansporta frases de uns livros para outros e que as suas personagens têm sempre as mesmas características porque ela não tem capacidades literárias para as caracterizar em contextos sociais diferentes. Tenho acima de tudo pena que esse processo tenha sido arquivado por falta de fundamento. Também tenho pena que ela se tenha licenciado e que os professores da FLUL se envergonhem do que ela fez com a formação que eles lhe deram. Está há 10 anos pendurada numa carreira que começou graças às caralhadas (pardon my french) que disse no primeiro livro. E isso dá me pena.

Em relação a relacionamentos, neste momento estou apaixonada e sou correspondida, mas curiosamente não começou por nenhuma das razões pela qual os homens pelos vistos se envolvem com as gordinhas, mencionadas na crónica. Aliás, ele nem gosta de beber álcool. E gosta particularmente de duas coisas que eu tenho que a MRP não tem. Sim isso também, mas eu estou a falar de substância e de respeito pelo próximo. Em miúda, apaixonei-me por alguns rapazes errados, alguns até do meu grupo de amigos, considero que isso não se escolhe. Muitas vezes tinha de os ver a cair nas garras de cabras escanzeladas que só os queriam usar e fui a amiga, companheira e conselheira que eles precisavam. Geralmente convidava-os a ir comigo jantar e ir ao cinema, ou dar uma volta para espairecer, e no meio do meu coração partido ainda conseguia arranjar palavras de conforto para lhes dar, mesmo vendo que o seu sofrimento era por uma pessoa que não merecia. E não me envolvia quando sabia que eles estavam com essa vontade, por estarem mais em baixo. Essa era outra grande qualidade que eu tinha. Era a de saber separar as coisas. De não me deixar envolver quando sabia que o rapaz estava carente. MRPs aproveitavam o que havia. Ao menos tinham namorado, ou tinham ido para a cama com X ou com Y. Perdi muitas "relações" porque me recusava a fazê-lo.

Pelos vistos,ser gira dá trabalho, e envolve diplomacia. Pois eu tenho a informar que ser inteligente também dá e também envolve diplomacia, especialmente no que toca a meter cabras escanzeladas no seu lugar. Se vissem a entrevista com o Bruno Nogueira, veriam a forma vulgar como ela fala das "gordas", a maneira como ela não se sabe expressar sem ser aos gritos, ou seja, a chamar atenção excessiva a si própria por não ter nada de inteligente para dizer, e o asco que causa ver que alguém assim é considerado um "ícone cultural". Mais uma prova que Portugal não é para mim. De qualquer forma não sinto nada que não seja orgulho no que sou e no facto de me ter dado e associado com quem escolhi asociar, nunca me deixando cair em influências de gente que não tem um pingo de humildade ou de respeito pelas pessoas que são diferentes. Como a própria Margarida Rebelo Pinto diz tão bem, naquele seu livro com nome de maço de tabaco:

´Há pessoas que nascem más, essa é uma fatalidade que as afecta a elas próprias ainda mais do que aos outros. A longo prazo, todas as cobras acabam por provar o seu próprio veneno.´

Quem diz cobras, diz cabras. Ao menos ela sabe bem o que é.

Bem, já chega porque dar importância é mais do que ela merece.

Vou acabar com o meu blog por enquanto. Este semestre académico está a exigir muito de mim e não tenho tido tempo para considerar coisas interessantes para desenvolver aqui. A preguiça também não ajuda. Obrigada aos que me seguiram e que comentaram o que eu escrevi. Obrigada pelo apoio, pela confiança.

E até já

Eh pa "até já" não, que isso é publicidade grátis.

Até um dia destes*

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

It's kinda sad

It's kinda sad when you're trying to start something and you suddenly realize you don't have the time to keep up.

It's kinda sad that you decided to start on a diet, and everyone notices except the one person you wanted to.

It's kinda sad when you know you can do so much better, but when the results arrive you still think "Hey it wasn't a great job, but it's good enough"

It's kinda sad when you try your best to please everyone but still have to hear things from them that chill your blood and make you doubt your essence

It's kinda sad when you know the possibilities, but you're too afraid to take that next step, the one that changes everything
It's kinda sad that you don't believe you're worth it until someone tells you so

It's kinda sad when you just want to fly, to reach as high as you can, but you have a ball and chain grabbing on to your left foot

It's kinda sad when you feel you've acomplished something, but notice someone else is stepping on your deed

It's kinda sad when you're just not that smiley and everyone starts asking why

It's kinda sad when you're trying to maintain a posture, but your inside is bursting with saddness
It's kinda sad when you're sitting in class but you feel like screaming and crying

It's kinda sad when everyone is expecting you to do it, but when you do, no one cares

It's kinda sad when you know there's so much more, but you settle for less

It's truly sad when everyone looks up to you for positivity when inside, you're miserable...



quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Regresso às aulas

Digam lá que não têm saudades do regresso às aulas. E aulas, refiro-me a aulas de qualquer um dos ciclos preparatórios para o ensino superior.

Ir comprar canetas que só apetece experimentar em tudo o que é papel, os cadernos a cheirar a novo, com as folhinhas ainda tão direitas e imaculadas, os estojos novos, onde têm de caber as mil canetas de cores diferentes que comprámos, das quais não usaremos nem cinco ao longo de todo o ano lectivo. As mochilas, que na minha altura não tinham rodinhas, levavam os livros das disciplinas de um dia inteiro, chegava a andar com 10 quilos de material escolar às costas.

Os dossiers onde eu colava recortes de revistas do que eu mais gostava, cantores, actores, desenhos animados, fotos minhas com os amigos, colava tudo o que tinha simbolismo e cheiro a adolescência. Os livros novos que só apetecia explorar, mas que sabíamos que mais dia menos dia nos dariam dores de cabeça. Os lápis novos, que afiávamos de raiz, porque eram vendidos sem ponta, que saudades!

Fazer os sumários no início da aula, para saber o que íamos dar, dizer "Presente" quando a professora chamava o nosso nome, sermos chamados ao quadro, para escrever em ardósia, com giz branco para o "normal" e giz de cores para sublinhar ou evidenciar a parte mais importante do exercício. Ficar com pó branco na ponta dos dedos e adorar quando eramos nós a estrear o pau de giz branco, que acabava sempre por se partir ao meio nas nossas mãos, ou aproveitar aqueles cotos minusculos que a professora deixava, em formato de triangulo, que ainda davam para escrever mais uma ou duas palavras ou números.

Na primária, as mesas da escola onde andei ainda tinham um tampo de abrir, que tinham no topo uma ranhura para colocar a caneta permanente e o buraco para pôr o tinteiro, recordações de regressos às aulas muito anteriores. Adorava picotar as folhas com as letras do alfabeto, em cima de uma esponja amarela, com um pico pequeno, com cabo de madeira, onde colávamos um pequeno papel com o nosso nome (e agora já nem existe este sistema, agora há tesouras de picotar), usar os compassos, os esquadros, as réguas, os transferidores, era tudo tão jovem, era tudo tão primordial e interessante. E as plasticinas? Deliciosas de brincar! O cheiro da cola UHU, que era a que os meus pais me compravam e que na altura nos fazia comichão no nariz quando tirávamos a tampa, mas que nos permitiam fazer colagens de tudo, nos trabalhos plásticos, até os nossos dedos. Lembro-me que ficava com cola nas mãos durante pelo menos um ou dois dias!

As linhas de miósotis que fazía no caderno para diferenciar as matérias, na primária, que recordo com tanto prazer, porque era geralmente nestas pequenas flores que tinham de caber apenas numa linha, que se estreavam as canetas de feltro. Geralmente era uma embalagem de 12 canetas, 25 só para alguns, da marca MOLIN, e recordo-me muito bem da sensação de retirar a tampa e sentir aquele cheiro característico. Essas canetas já não serão uma realidade para os nossos filhos, porque a fábrica fechou, no entanto cada vez que vejo dessas canetas lembro-me dos desenhos que escolhia fazer com cada uma delas. O sol, que era sempre a amarelo torrado, os rostos dos bonecos que desenhava, a cor de pele, as flores sempre com o verde mais escuro, porque o mais claro era para a relva. O castanho para os troncos das árvores. Perdemos grande parte do que eram as coisas realmente boas de se andar na escola.

E hoje, já nem nos lembramos e quando chega a esta altura e vemos as crianças nos corredores, a escolher o material escolar, enquanto nós estamos a ir buscar a caneta azul número 523, desejamos cá dentro estar a correr, corredor atrás de corredor, a escolher as canetas mais bonitas, os afias mais elaborados, os cadernos da nossa cor preferida, correr de volta para ao pé dos nossos pais e perguntar "Posso levar isto?" vezes sem conta. Levar 3 ou 4 nãos, e não ficar chateada com isso, voltar a ir escolher substitutos. São recordações tão doces. Eu pelo menos sinto isso muito, vocês não?

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Filmes da nossa infância. Nossa salvo seja...

Sou só eu que ainda fica contente de ver filmes antigos no Natal? Eu adoro filmes de quando era pequenina, nada me demove de ocasionalmente procurar no youtube um filme inteiro para me distrair quando tenho tempo livre. Gostava de vos relembrar alguns...daqueles que nos dão cociguinhas no estômago de lembrar...e dar-vos acesso a eles ;)

Ruthless People - "Por Favor Matem a Minha Mulher" (aquelas traduções TÃO literais)
Link da primeira parte (depois vão clicando nas seguintes para ver o filme todo)
http://www.youtube.com/watch?v=ZjHuFbXDvXw

Danny Devito no seu melhor com a Bette Middler. Este filme já tem mais de 20 anos e eu continuo me a rir que nem uma desgraçada cada vez que o vejo.

I Love You To Death - "Amar-te-ei Até te Matar"

Kevin Kline novinho, e River Phoenix, que nos deixou tão novo eque tem aqui um papel muito engraçado. O desgraçado do Joe Boca farta-se de morrer e não há maneira de ser definitivo
Super Mario Brothers Movie - "Super Mario o Filme"
Dennis Hopper, John Leguizamo e Bob Hoskins antes de ser o Ms. Shmee no "Hook" (http://www.youtube.com/watch?v=DEgMkUOoRrU).

Twins - "Gémeos"

É TÃO giro este filme - Danny Devito e Arnold Desfaz se em merda :P

Big Business - "As Gémeas"

Dos melhores - Lilly Tomlin e Bette Middler...

e finalmente...

Ghostbusters - "Os Caça Fantasmas"

Dan Akroid, Bill Murray e Sigourney Weaver com a pandilha contra o fantasminha verde!!!




Deixo-vos com o link da minha música preferida de infância, de um filme que infelizmente não consigo encontrar nem no youtube nem em lado nenhum (grátis, claro). Somewhere out There do filme Fievel - Um Conto Americano

Saudações da Anita



terça-feira, 7 de setembro de 2010

Azar ao amor? Sacrifique uma vaca

Antes de mais...tenho saudades do Global. Era o meu jornal gratuito de eleição. Agora I'm stuck com o Destak. Foi a lê-lo que me ocorreu um bom tema para escrever.

Toda a gente tem problemas, sejam conscientes ou não, há sempre alguma pedra no nosso sapato, por mais felizes que estejamos. Mas, como se costuma dizer, se "Se é chato coça, se coça faz ferida, se faz ferida vai ao médico, se vai ao médico paga, se paga é chato, se é chato coça....". Porque é que as pessoas desesperam para resolver problemas a qualquer custo? Como é que há pessoas que se deixam cair em falcatruas que as levam à falência, aumentando ainda mais os seus problemas? Conheço duas situações que me revoltam porque considero tão obtuso que me faz realmente acreditar que Portugal está cheio de tansos, ingénuos, ignorantes e incapazes de discernir o certo do errado.

Uma delas é a igreja do Reino de Deus. Essa espécie de instituição dita "religiosa" pode realmente dar aos seus "ovelhinhos" uma nova razão para viver. Que é encher-lhes os bolsos de dinheiro. Mas de certa forma, há coisas que eu consigo entender. Quando aquilo que as pessoas realmente necessitam é um bocadinho de fé, as igrejas deste tipo dão-na. Aliás, incentivam as pessoas a ter esperança que TUDO se pode realizar. Ás vezes o que é necessário é alguém dizer "Tu és capaz, isso vai acontecer, tu vais melhorar" e eles dizem-no. O problema é que pedem dinheiro e fazem as pessoas acreditarem que é essa doação que faz com que a sua fé e esperança voltem. Não brinquem comigo, porque é que estão sempre enormes carrões, topo de gama, à porta das igrejas? É alguma espécie de dividendo de Deus por atrairem crentes? Sou completamente contra as pessoas que pretendem vender a fé e os milagres "atidos" a essa fé. Mas sou ainda mais a favor dos frequentadores abrirem os olhos e pararem de dar dinheiro a esses grandes chulos. Vão a uma igreja a sério se são crentes, lá corre um cesto para dar dinheiro, mas ninguém vos olha de lado se não puderem dar e se tiverem a mais têm caixas de esmolas onde podem dar se quiserem. No Reino de Deus é "Queres? 5000 euros".

 Mas isto ainda é o menos. Conheço duas pessoas que já consultaram um daqueles mil "professores" videntes, curandeiros, bruxos, que fazem curas milagrosas para tudo, desde dores de barriga a traição marital. Um senhor que eu conheço teve um problema com a mulher. Traiu-a e ela deixou-o. Mas ele arrependeu-se muito e queria-a ter de volta a qualquer custo. Então visitou um dos professores. Quando lá chegou, entrou numa sala forrada a panos de seda com cores muito berrantes, roxos, rosas e afins e avistou no fundo da sala, um senhor vestido de turbante azul, sentado, com o cotovelo numa mesa, com a cabeça apoiada na mão, a olhar para uma pequena televisão que estava atrás dele, num daqueles suportes altos de parede. O cliente sentou-se. Ele disse bom dia. O cliente começou a falar e ele manteve-se na mesma posição, a olhar para a televisão, onde estava a dar a telenovela. O cliente falou durante cerca de 20 minutos, a dizer o que o trazia ali, até que se cansou de falar para o boneco e perguntou-lhe se ele podia ouvi-lo e dizer qualquer coisa. E o professor respondeu:

- Os espíritos falam comigo através da televisão, eu estou a ouvi-lo, mas eles estão me a dizer as respostas que você procura e no final de me contar a sua história eu já vou ter a solução para todos os seus problemas.

E o senhor que eu conheço continuou a falar, enquanto o professor via a telenovela ( =S ). No final, a solução era muito simples. Se ele queria ver o problema resolvido, pagava 1500 euros de sinal, trazia algum cabelo da senhora, uma fotografia, uma galinha preta viva, esperava quinze dias, voltava lá para saber se tinham havido progressos, pagava mais 1500 euros se ainda não tivesse sido resolvido, porque era sinal que era muito forte e tinha de levar mais pertences da senhora, uma peça de roupa ou algo parecido e novamente uma galinha preta, e finalmente quando fosse resolvido, pagaria 5000 euros. Acham que se resolveu alguma coisa? Não, não se resolveu nada. Acham que ele alguma vez conseguiu reaver o seu dinheiro? Não, claro que não. Ele chegou efectivamente a pagar os 5000 euros, porque a mulher lhe tinha ligado e isso para o professor, era o início das conversações de paz e no espaço de um mês estaria tudo resolvido. Já lá vão quase dois anos. Eles continuam separados.

O outro senhor foi bem pior para mim. Não tanto pelo dinheiro, a quantia não foi muito diferente, mas foi o que ele teve de fazer, a mando de outro dos professores que consultou. Este tinha um problema relacionado com o emprego. Ele tem uma doença mental degenerativa que lhe estava a toldar a capacidade de efectuar o seu trabalho. Quando lá foi, recebeu logo o chá - "eu sei o que se passa consigo, preciso que você me pague 2000 euros e se encontre comigo num sítio que eu lhe vou indicar amanhã de manhã, numa mensagem escrita". Toma lá os 2000 euros, no dia seguinte recebeu uma mensagem a dizer para se encontrar com ele num descampado ali para os lados da Amadora e quando lá chegou, estava lá o senhor e uma cabra. O que ele teve de fazer foi matar a cabra, sangrá-la, fazer umas rezas, beber um bocado do sangue e ir embora para casa esperar resultados. Passado um mês, continuava à espera. Pagou mais 3000 euros, pelo resultado que chegaria. Isto foi há cerca de 3 anos, ele hoje está reformado por invalidez.

Não se deixem enganar por esses charlatões.

Saudações da Anita

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Food and food

Tenho de vos dizer, este fim de semana nasceu em mim um Jamie Oliver pequenino. Só me apetecia cozinhar, e cozinhei três pratos magníficos! (Modéstia à parte) Tudo me inspirava, fartei me de ver programas dos "Globe Trekkers" e "Planet Food" e de lá saíram duas maravilhas culinárias. Ou melhor 3, mas a última é tipicamente portuguesa, nada de especial em termos de influências, a não ser a minha brilhante astúcia (MUAHAHAHA).

Antes de mais, todas elas servem seja de que maneira for, para aproveitar restos. Não se tem de fazer com ingredientes novos, um bife frito pode voltar a ser utilizado, frango assado idem.

Um deles foi inspirado no Globe Trekkers em Barcelona e tem o nome fantástico de "Mar e Montanha". Como eu mudei a receita para se assemelhar mais a algo que eu comesse, vou lhe chamar "Trancão e Morro". Então o que é necessário é frango, eu usei meio frango fresco, que deu para 3 pessoas, sem miúdezas e cortado em pedaços não maiores que a palma da mão (temperado antes de ir para a panela com sal grosso, pimenta e um bocadinho de tomilho), uma colher de sopa de sal grosso para usar mais tarde, meio copo de azeite (presumivelmente 10/15ml), cabeças de gambas, umas 5 ou 6 chegam, as gambas em si são opcionais, eu usei, mas não é necessário, só mesmo as cabeças, 2 cebolas grandinhas, 3 dentes de alho, 3 cenouras, um pimento verde, dois tomates não muito grandes, um copo grande de água e um cálice de vinho do porto (a mesma quantidade do azeite). Tudo o que é legume, eu cortei aos pedaços, em nenhum formato em particular, cortei para meter tudo para a panela, ou seja, o mais pequeno possível. Mete-se o azeite e as cabeças de gambas numa panelinha, em lume brando para não esturricar (como é meu hábito) e deixa-se estar um bocadinho, até as cabeças de gamba começarem a ficar bem douradinhas. Tiram-se as cabeças e podem se meter as gambas ou não, como preferirem, e mete-se de seguida o frango, toda a parafernália de legumes, o copo de água, o vinho do porto e a colher de sal. Em lume bem brando, deixa-se cozinhar o franguinho e quando estiver todo bem branquito, que pode demorar cerca de 20 minutos em lume brando, pode se colocar lá dentro ou massa já semi cozida ou já cozida de outra refeição que queiram reaproveitar, ou mesmo arroz. E mantém-se na mesma o lume brando até coser, ou até aquecer, ou seja, 10 minutos se ainda nao tiver cosido, 5 se já tiver. A melhor parte é ver o meu gajinho a "lember-se" todo com as minhas culinárias malucas.

O outro prato é muito simples. São "Tortilhas", mas mais uma vez, como eu fiz à minha maneira, vou lhes chamar "Tortolas". Para este podem usar várias carnes que tenham para o frigorifico, de outras refeições, e picam tudo. Podem usar carne de vaca e/ou peru frescas e também picar tudo. E para a outra parte do prato, podem usar esses mesmos bifes já fritos e cortá-los aos quadradinhos da largura do vosso polegar, ou fazer o mesmo com bifes frescos. Passo número um - comprar tortillas. Eu comprei uma embalagem de 10 no Jumbo, que me custou cerca de 2 euros e tal. Para 3 pessoas isso chega, para mais que isso, tem de se comprar mais! Menos que duas não é uma refeição.  Os bifes cortados aos pedacinhos são para temperar com sal e pimenta e para panar. E pelo amor de Deus, não me comprem aqueles bifes já panados, sõ o qudruplo do preço dos bifes simples e pana-se a carne em 5 minutos. Três pratos, sendo que dois deles deveriam ser preferencialmente de sopa. Num deles, 2 a 3 ovos e um bocadinho de vinho branco. No outro, pão ralado. Acho que não é preciso ser-se um génio para entender a ordem disto, certo? Bem, como eu ando numa onda de comida saudável, em vez de fritarem os panados, experimentem pô-los no forno. A 200 graus, cerca de 15 minutos. Foi o que eu fiz e fiquei com milhentos quadradinhos de carne panada com um aspecto fantástico. Sem óleo a escorrer. Cortei 1 pimento aos palitos (ou qualquer coisa parecida) e ralei uma cenoura. No centro da tortilha pus 3 ou 4 quadradinhos panados, 3 ou 4 tirinhas do pimento e um pedaço de cenoura ralada. Mete-se um bocadinho de maionese, para selar a tortilha em cima. Podem usar da de alho, eu uso a que o meu pai faz que é para mim, uma das maravilhas do mundo. O que também é capaz de ficar bem aqui é maionese com um bocadinho só de doce de morango. É absolutamente maravilhoso.

Para a outra parte do prato, cerca de meio quilo de carne picada (que pode ser reutilizada com um bocadinho de massa, que dá um optimo esparguete à bolonhesa) temperada com vinho branco, sal e pimenta, um bocado de manteiga e de banha de porco, uma cebola cortada aos quadradinhos bem pequeninos, 2 tomates cortados às fatias, e 3 dentes de alho. Tudo excepto a carne, é colocado numa panela e deixa-se estar um bocado em lume brando, quando a cebola já estiver molinha, coloca se um bocado de sal, e pica-se tudo com o 1, 2, 3. Eu ainda sou do tempo do 1, 2, 3 e não há nada que mo substitua, principalmente para javardar o fogão todo com pedaços do que pico dentro das panelas. Quando estiver tudo picadinho, corta-se uma cenoura aos bocados grosseiros, mas relativamente pequenos e mete-se la para dentro com a carne. Lume brando. Quando a carne estiver toda uniformemente castanha, deixa-se estar mais 5 minutos no refogado e pode-se apagar o lume. Numa frigideirinha, salteei duas cenouras com um pedaço de manteiga e vinagre balsâmico. Quando as sentirem moles, desliguem. Na tortilha, metam a carne picada no centro e três ou 4 tirinhas da cenoura que se forem como eu, não vão conseguir parar de comer.

Para sobremesa, tive uma grande ideia. Aproveitar todas as frutas do frigorifico, que lá ficariam Ad eternis, se eu não as usasse. As que eu usei foram: 3 maçãs, 2 pêssegos, duas fatias de melão, 1 laranja, 1 tangerina, 5 ameixas verdes e 4 roxas e uma banana. Cortei as todas aos quadrados pequeninos. Mais ou menos a meio, salpiquei toda a fruta com canela e uma chavena daquelas de café, cheia de açucar. Continuei a cortar e no final adicionei mais açucar por cima,  um copo grande de vinho do porto e duas flores de anis secas, misturei tudo com as mãos (logo a seguir a ter tirado macacos do nariz) e meti no frigorifico cerca de duas horas. Nham é o que vos tenho a dizer

P.S. - as fotos são dos originais, os meus desapareceram depressa demais entre os dentes de toda a minha família para eu ter tido oportunidade de os captar

Saudações de água na boca da Anita.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Fascínio pelo vintage

Meus queridos, dou por mim aqui assintada no escritório, com uma poupa a tentar imitar um Mohawk dos anos 20, maquilhagem a condizer, excepto as beiças rouges para não dar ares de senhora das ruas, óculos escuros iguais aos que eu me lembro do meu bisavô ter na cara nas fotografias dos anos 70  (mas em imitação de leopardo, não em roxo) e de facto, estamo a viver uma reviravolta da percepção de moda. Eu odeio modas, mas há cá coisas do caneco.

Acho que nunca passei tempo suficiente ao pé de pessoas que evoluiam com as modas, geralmente seguia-me muito por mim mesma, mas agora, dou por mim a gostar de coisas que vejo os miúdos usar que roça uma mistura da loucura dos anos 60 com a sobriedade de agora. As coisas que eu em miúda roubava das arcas do sótão para vestir, enquanto tirava fotografias para depois rir com o pessoal, está hoje a ser novamente usado. Na rua! Fascina-me! E a combinação do vintage com o new age torna-se assim um estilo que eu acho particularmente engraçado.

Para a semana vou ter exame de teoria da comunicação. Emissor, mensagem, receptor, TDT, Web 2.0, essas coisas. Quem me mandou a mim ficar com 39 graus de febre no dia do exame na épca normal? Isto a culpa é toda do governo! Falar em febre por falta do governo, no ano passado apanhei pela primeira vez a vacina da gripe sazonal, mas fiquei doente na mesma ao longo do Inverno. A mim não me apanham outra vez a dar o braço para mo furarem por causas perdidas.

In other news... comprei um guia do American Express. Já tinha comprado um quando fui à Polónia, que não me serviu de nada, mas este, até me dá dores nas bochechas de cada vez que me meto a ler. Eu vou MESMO lá. Depois de tantos anos a sonhar...a pensar como seria, a treinar a língua. Eu vou lá. E só consigo pensar nisso.

Nunca mais começam as aulas, nem acredito que eu e a minha turma já somos finalistas. Ainda ontem olhavamos todos uns para os outros na nossa primeira aula, a pensar com quem nos identificaríamos, e estamos quase a vestir os trajes. Quero tanto! Ando numa onda de ansiedade por tudo, não dá para avançar uns anos na vida para ver como vai ser? Se isto continuar assim, ainda me encontram aí caida com o meu ticker a tilintar. . .

Hoje não tenho muito para dizer, já estamos quase de fim de semana e apetecia me ir passear mas tenho tanto que estudar, que o mais certo é passear até ao ISLA...esta vida está a andar muito devagar, quero o amanhã já. Ou melhor, todos os amanhãs.

Saudações futurísticas e vintage da Anita

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Uma faca? Anyone? Não? ok...

Nem vos consigo explicar bem a quantidade de projectos que apareceram de repente na minha cabeça e que me teem consumido o tempo todo. Entre eles, os piores: os exames que tenho de fazer agora em Setembro, o facto de ter decidido o tema do meu trabalho de final de curso que me tem dado pano para mangas e me tem deixado muito entusiasmada e finalmente, a concretização de um dos maiores sonhos da minha vida, que só em Janeiro se irá concretizar, mas que me faz sonhar e rir como os malucos constantemente!

Ontem já tive o meu primeiro exame e digo-vos de antemão, Ética é engraçado, mas resolver problemas de forma a que o máximo de pessoas fiquem felizes e poucas ou nenhumas prejudicadas, é cá uma treta! Imaginem que um senhor vai fazer um check up ao hospital, e de repente descobrem que ele tem uma apendicite e tem de ser operado de urgência. 4 pacientes, no mesmo hospital, precisam de 4 transplantes de órgãos para sobreviver e coincidentemente, este senhor da apendicite tem o mesmo tipo de sangue do que eles e reune todas as condições para ser doador. Pela lógica do utilitarismo, uma das correntes éticas, este senhor devia ser sacrificado pela felicidade dos outros, porque a dor/sofrimento dele é largamente ultrapassada pela sobrevivência, logo prazer, dos outros 4. Curioso an? Uma teoria de ética, que supostamente analisa a moral dos homens, mas que viola completamente a condição e a integridade humana. Mas a conotação também é puxada um  pouco ao extremo, esta, tal como umas outras tantas situações são quase absurdas, mas para Jeremy Bentham, o seu fundador, eram justificáveis. Este grande senhor está em exposição (sim, o senhor é que está em exposição) numa faculdade no Reino Unido, com o seu corpo mumificado, uma cabeça de cera e a sua cabeça no meio dos seus pés. Em exposição. Dentro de um armário. Os alunos tiravam-lhe a cabeça (devem ter sido criados por lobos) para prepar partidas na fase das praxes, então a cabeça ficou muito mais deteriorada que o corpo. Meto-vos aqui uma fotografia para terem sonhos bonitos esta noite.

Em notícias igualmente macabras, vi há alguns dias no Travel Channel um programa de dois exploradores que visitam as cidades do Mundo e que vieram até Lisboa. Então vou vos dizer o que eles retrataram em Lisboa. Na baixa, um deles estava a beber uma cerveja numa esplanada e chegou um homem todo roto que desatou a andar de skate e a dançar Michael Jackson, ao que ele achou muita piada. No final, parecia que ele se tinha ido embora, mas afinal voltou para trás e pediu lhe uma cerveja. O apresentador disse lhe para ele a ir buscar que lha pagava. Ele trouxe um balde de meio litro de cerveja e foi se embora. Logo a seguir, o apresentador dirigiu-se à casa de Ginja. Lá, mais uma vez, foi interpelado por um senhor bêbado, que se limitou a grunhir para ele enquanto ele lhe tentava perguntar se havia de comer a ginja ou não. Senti-me verdadeiramente envergonhada. Os apresentadores passaram o tempo a fazer pouco da cidade, da cultura, das pessoas. Senti-me verdadeiramente triste. Não é que seja uma apologista fervorosa de Portugal, mas é um país que tem muita história e muita cultura, mas não admito que venham fazer pouco da cidade, porque decidiram emitir dois bêbados que fizeram com que os atrasados dos apresentadores catalogassem a cidade de imediato. Foram ao Bairro Alto à noite e um miudo que pelos vistos não gostava muito da confusão de lá, foi lhes dizer que lá estava porque adorava estar bêbado. Filmaram pessoal no marmelanço encostado às esquinas, pessoal a vomitar e ainda lhes foram dizer que tinha sido morto um rapaz naquela rua na noite anterior. Cada vez pior. Lá se decidiram a ir às praias da linha (ao menos nao foram assaltados, mas a àgua pelos vistos era horrível, pelo que ela disse) e foram a Sintra, que os encantou. Sintra encanta toda a gente. Falaram da quinta da Regaleira, foram lá fazer pouco do riquinho que estoirou a fortuna naquele sonho macabro da construção da quinta e no dia seguinte foram até ao Aqueduto das Àguas Livres. Aí foi-lhes contada a história de Diogo Alves, o assassino que roubava as pessoas e as mandava do aqueduto lá para baixo por maldade. Diogo Alves foi apanhado, enforcado (último português a que foi aplicada pena de morte) e a sua cabeça decepada para estudo, os centistas portugueses da faculdde de ciências de Lisboa queriam entender se havia alguma causa fisionómica para gerar tanta maldade voluntária e gratuita. A cabeça pressiste, em formol, num frasco. Uma feição estranhamente calma, tendo em conta a quantidade de pessoas que matou por uns trocos. Deixo-vos com mais uma imagem bonita. Como os estudantes de medicina o chamam, carinhosamente, apresento-vos o "Fu-Manchu" Diogo Alves. Arranjaram essa alcunha porque as feições de Diogo Alves parecem agora passado este século, as feições de um oriental.

E pronto, prometo-vos que amanhã volto

p.s. - sim tenho um fascínio um bocado doentio pelo macabro, mas acho que todos temos um bocado.

Saudações da Anite

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

As revistas do demo

Não sou nada gaja a comprar revistas. Não tenho paciência para saber da vida das celebridades, simplesmente não me interessa. A minha mãe compra ocasionalmente e a única coisa que eu leio é o meu signo. Pronto vá, sou gaja na mesma! Mas neste último mês, impulsionada por boas razões, comprei três boas revistas e vou vos falar delas, pode ser que ainda vão a tempo.

A primeira foi a que se vai manter até ao dia em que findar, a Marketeer. Como já vos tinha dito, foi uma agradável surpresa para alguém que não lê revistas, encontrar uma em que todos os quadradinhos interessam ler. É fantástico demorar mais do que um dia a ler uma revista, pelo prazer de ler e saborear as redações, não ler na diagonal! A revista de Agosto explica porque desapareceram os insólitos Yorn. Tem a ver com uma nova imagem da marca, um reposicionamento, direccionado mais para a camada empresarial e núcleos familiares e não tanto centrado nos jovens (ó pra eu toda lançada a falar de posicionamento! Isto são horas a ler o "Posicionamento" de Al Ries, recomenda-se e subscreve-se!). Há uma peça sobre os festivais de Verão, basicamente tem a ver com a comparação entre os dias de Verão e a quantidade de festivais existentes. Fala de inúmeras outras coisas muito apetitosas de ler, tem sempre o produto e a campanha do mês e acho que todos os desgraçados da minha turma e do meu curso, deviam ler esta revista. De alguma forma macabra, sinto-me mais a fazer parte do rebanho ao ter uma revista de eleição.

A outra revista que comprei, na semana passada, foi a Visão. As crónicas do Ricardo Araújo Pereira, serão sempre boas pérolas. Não gostei nem um bocado de cerca de 40% da revista falar de política, que é algo que não aprecio, mas comprei-a graças à história da capa, que no final foi a única coisa de que realmente gostei. É política, política, política, uma crónica de um dos cromos que escreve para a Visão, política, história da capa, política, crónica e fim. A história da capa é algo que me fascina. São os segredos da história de Portugal. Como sou doida por história, contínuo à espera que me ofereçam a colecção de dvds do José Hermano Saraiva (não se riam, não estou a brincar!). Enquanto não ma oferecem, vou lendo tudo o que posso sobre o assunto. E a capa falava de desmistificar as histórias de Portugal. Descobri coisas interessantíssimas, como o facto de o rei D.Sebastião (que uma manhã destas aparece ali para as zonas de Sintra, que é onde há mais nevoeiro) ser um granda cromo que se estava bem a lixar para o facto de ser rei e que partiu para Alcácer-Quibir e por lá ficou, por se armar em esperto. O seu corpo nunca foi encontrado nem devolvido, por isso é que nós portugueses, que como sempre acreditamos no Pai Natal muito acima do facto de ele ser um ícone criado pelo departamento criativo da Coca Cola, continuamos à espera que ele volte, para o raio dos castelhanos não irromperem por aí a dentro a querer que a gente conduza Seats. Fez no dia 4 deste mês 432 anos que ele por lá ficou. Um corpo foi transladado para Lisboa, mas até hoje nunca foi confirmado que seria o seu. Vários tentaram provar que eram e que tinham sobrevivido à batalha, mas todos eles foram enforcados. Bem, tudo isto para dizer que acho que foi uma boa compra.

Finalmente, esta é que vai ser polémica, comprei a Playboy. Na capa da Playboy deste mês, vem uma senhora desnudada, obviamente, que me proporcionou uma das melhores noites de sempre. (UUHHHHHH). É a Dj Sexation. Em homenagem à sua apresentação musical em topless, na entrada da discoteca Gossip, pediram a mim e à minha amiga Marina para despir o soutien em troca de uma bebida grátis. Entrámos com o nariz torcido (e o soutien já vestido), mas a verdade é que quando ela subiu à mesa e começou a pôr som, ficámos maravilhados. EU saí da discoteca às 5 da manhã e desde há 3 anos para cá que isso é algo quase sobrehumano para mim. Comprei a Playboy não para ver os seus atributos, porque já tínhamos passado a noite a olhar para eles, mas para saber algo mais sobre ela, e se havia planos de voltar a Portugal. Mas a verdade é que só temos direito a vê-la despida, não há entrevista, não há história. Confesso que me deixou desiludida. Mas depois, comecei a ler a Playboy. É uma revista que tem um poder editorial brilhante. Fazem críticas de cinema, de jogos, de livros, as crónicas são brilhantes, tem uma entrevista a Woody Allen, e no geral, é uma revista boa de se ler, com umas quantas mamas e patarecas pelo meio. A proporção de mulheres nuas para coisas com interesse para ler é de 30/70. Confesso que adorei a cara da mulherzinha atrás do balcão da papelaria quando me viu com a Playboy na mão, mas a verdade é que é realmente uma boa revista!

Saudações da Anita

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Here comes the bride, ta ra ta ta

Hoje em dia todos dizem, incluindo os mais conservadores, que o casamento é algo já ultrapassado, que é apenas um papel e que não tem significado nenhum, para além de uma aliança na mão esquerda e de declarações de IRS conjuntas. Mas agora sinceramente, aqui que ninguém nos ouve (ou salvo seja, lê), quantas meninas não sonham toda a vida com o seu dia a atravessar o corredor por entre os convidados até chegar ao noivo sorridente, lá ao fundo e dizer "Aceito", seguido de um beijo e três quilos de arroz? Eu sonhei. E quero, porque acho que tenho direito, ao meu dia de me mascarar de frigorifico.

Não comecem já a esfregar as mãos a pensar que vão comer à pala! Não estou a fazer este post para anunciar nada, porque neste momento não tenho duas coisas cruciais: dinheiro e um pedido de casamento. Namorado tenho, mas também temos os dois mais um ano a trabalhar e a estudar e nessas condições prefiro esperar. Mas dei por mim a pensar. Nunca tinha pensado no que eu queria no dia do meu casamento, o tipo de vestido, as flores, os centros de mesa, a palete de cores, as recordações, a música. E olha comecei a pesquisar e a fazer escolhas. Criei um "Diário do dia em que me vou mascarar de frigorífico".

Já fiz a lista dos convidados que teria, que certamente não ultrapassarão as 100 pessoas, porque somos pobres e também porque as nossas famílias não são muito grandes. Comecei a pensar em recordações para as senhoras e retirei tantas ideias de um site, que vos vou dar o endereço para cuscarem tanto como eu tive a oportunidade de cuscar: http://www.marthastewartweddings.com/. Sim, Martha Stewart. Eu sei que ela é um bocadinho apanhada do clima, mas este site está muito completo, tem um fascículo chamado "Get Inspired" que dá vontade de sair a correr e ir casar, só para pôr em prática as ideias. Uma das ideias que eu escolhi, foi um pequeno caderno de memórias, com uma pequena frase incitanto à escrita, inspirada pelo nosso amor. Quando eu descobri a escrita, descobri-me a mim mesma e acho que todas nós temos cá dentro uma Florbela Espanca. Para os homens, um molho de brócolos. Sinceramente, não faço a mínima ideia. Todas as opções sao demasiadamente cliché. Se calhar ofereço-lhes uma edição da Playboy para se recordarem ao menos do mês em que casámos.

O meu vestido, quero que seja branco. Eu não sou virgem, sou leão, mas o meu namorado é e eu acho que isso também conta. Quero me casar de branco, desculpem lá a "ousadia", já que nos dias de hoje toda a gente se quer casar com cores berrantes porque o branco é "demode". Se calhar sou demode, mas nunca me imaginei a caminhar para o altar de rosa choque, no entanto é uma cor que uso com alguma frequência. Queria um tecido como tule, só para a parte da saia, gostava de vestir uma coisa bem alta na parte de baixo. Não gosto de caudas. Gosto de partes de cima espécie corpete, mas não sei se isso será uma hipótese não porno, devido ao tamanho do meu peito. Mas na altura se verá, por enquanto mantenho-me a sonhar. Véus...nem sei. Não sei mesmo o que pensar. Encontrei um site que diz que está na moda usar chapéus de côco, com aspecto "marital". An?

Bolo. Vou vos mostrar o que eu escolheria se tivesse de ser já. Adoro fondant. Adoro o formato dos bolos com fondant. O seu sabor, depende sempre dos pasteleiros, no entanto, ficam com um aspecto simples, mas "clean" e eu adoro isso. Este amarelo é o meu preferido. Adoro a simplicidade e o toque de loucura. Provavelmente o amarelo não fará parte da minha palete de cores para o casamento, mas acho que qualquer outra cor assim forte ficaria igualmente perfeita. O bolo de cupcakes é algo que começa agora a chegar a Portugal, mas que ainda não sei se me convenceu para bolo de casamento. Ainda tenho de pensar muito bem nisso. O sabor convenceu-me, o aspecto, não sei, acho-o muito empobrecido de valor. Finalmente, um que eu também gostei muito mas que novamente não escolheria as cores que foram escolhidas e nem a caligrafia com palavras sexualmente duvidosas. Gosto dos formatos diferentes mas misturados e de haver três hipóteses diferentes. Adoro as texturas, os diferentes contrastes. As cores, não me convencem, o preto então, não quero nem perto de mim e dos meus convidados nesse dia.

A fotografia. Se eu pudesse, ia de vez em quando trocar de roupa e metia-me a fotografar no dia do meu casamento. Tem tanta importância para mim, que vai ser, sem sombra de dúvidas aquilo que mais me dará trabalho a escolher, tem de ser único. Para mim, seria esta senhora : http://www.heatherwaraksablog.com/ infelizmente, ela mora em Brooklyn. Se eu tiver dinheiro nessa altura, escolho-a a ela, sem olhar para trás. Eu desafio-vos a ver apenas a primeira página do blog quando o abrem. E digo-vos antecipadamente, não são modelos. É um casal que a contratou para o dia do seu casamento. Depois aposto que vão voltar às primeiras páginas do seu blog e vão querer ver todas as fotos de casamento que ela fez. São maravilhosas. Deixam-nos completamente a flutuar. Ela vê beleza em coisas banais e faz da fotografia uma representação da postura e personalidade dos noivos. Eu apaixonei-me pelo trabalho dela.

Escolhi uma música. Se eu me vier a casar, quero entrar na recepção, vinda da igreja, com esta música:

Há tantas coisas mais que podia pôr aqui. Mas o meu "Diário" por enquanto tem apenas uns recortes. Espero que este pequeno post vos tenha posto a pensar no mesmo que eu. E que vos tenha posto a imaginar a caminhada até ao noivo sorridente. Desculpem-me todas as pessoas que não acreditam ou que desaprovam, mas eu quero casar.

Saudações da Anita


segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Festarolas e os putos

Este fim de semana tive o prazer de visitar uma feira na Malveira que me recordou coisas adormecidas da minha infância e que gostava de partilhar com vocês. Possivelmente também vos recordarão das vossas, caso tenham tido, como eu, a sorte de passar sempre as férias de Verão na "terra" da família.

Um bom dia de férias de Verão, na Sertã, começava ás 8 da manhã. Sandes, Bongos, pacotes de batatas fritas, laranjas e o que mais houvesse, era tudo metido para dentro da mochila, juntamente com a toalha. Encontravamo-nos todos á minha porta, porque eu era a que morava mais perto, ou então no início da descida do escondidinho. O escondidinho tinha esse nome, na minha opinião (sem certeza), porque por detrás da fachada frontal de um antigo restaurante abandonado se escondia um caminho ingreme mas efectivamente mais rápido do que o alternativo para chegar à ribeira. Descíamos e pelo caminho apanhavamos algumas amoras das amoreiras que se estendiam para cima de nós e muitas vezes nos picavam. Chegando cá a baixo, tínhamos de atravessar duas comportas que eu hoje olho para elas e penso que era uma criança suicida mas nem tinha noção. Para terem uma ideia, os meus pézinhos com 13 anos, eram da largura das comportas, tinham cerca de um metro de comprimento, depois uma pedra de suporte que era o nosso descanso e mais uma igual, e enquanto as passavamos, a água vinha em grande velocidade e força empurrando-nos para uma queda de cerca de metro e meio direitinhos para o cimento. Mas passavamos lá como se nada fosse. Pousávamos as malas nas escadas ao pé da ribeira e atirávamos a roupa ao ar (que se lixasse o pó e a sujidade) e bora para dentro de àgua. Bombas, cambalhotas, pinos, roupas para dentro de água e peixinhos a mordiscarem-nos os pés eram coisas essenciais de um dia na ribeira.
Chegando à hora de almoço, não havia nada melhor do que nos sentarmos de rabo molhado nas mesas de madeira viradas para a ribeira, acompanhados da sombrinha das árvores. Comíamos a comida uns dos outros, partilhávamos tudo, ás vezes levavamos doces e uma fatia dava para 5 ou 6, dependendo de quantos fossemos. Da parte da tarde, ou dormíamos por lá deitados na relva, para acordar cheios de formigas e irmos a correr para dentro de água, ou íamos até a minha casa e víamos um filme até chegar a hora de fazer a digestão e voltarmos a correr lá para baixo. Chegando ás 7 horas, arrumavamos tudo para voltar. Mas não antes de subir à pia que era uma espécie de praxe. Tínhamos de subir por pedras que amuravam a ribeira numa das margens, cada vez que metíamos a mão saiam 4 ou 5 bixos. Só de pensar estou me a arrepiar toda. Mas quando chegávamos lá a cima, tínhamos uma sanita deixada por alguém de onde saltávamos a uma altura de 2 metros para dentro de água. Batíamos sempre com alguma coisa no chão, tentávamos sempre que fosse com o rabo ou com algo que não a cabeça. A água era pouco profunda para um salto tão grande. Mas para algo ainda melhor, subindo mais um pouco, tínhamos uma árvore, de onde eu nunca saltei, que muitos amigos meus subiam e que tinha o dobro da altura da pia. Quando somos miúdos que se lixe, parte-se? mete-se gesso e o pessoal todo assina que é fixe.
Mas no final de tudo isto, iamos a correr jantar para no máximo ás 21h estarmos a sair de casa. Cheguei a ir a pé algumas vezes, mas andar 40 minutos a pé, com os anos e com o peso no rabo a aumentar, começou a tornar-se isuportável, então pedia ao meu pai para nos levar a todos (muitas vezes iamos 7 e 8 no carro, uns ao colo dos outros e um ou outro no porta bagagens) à festa da senhora dos remédios, feita na terra com o mesmo nome. Nesta grande festarola, tínhamos sempre uma banda regional a tocar, cheiro a assados e a vinho, rifas, algodão doce e tudo isto junto era o pico máximo das férias, porque no resto do ano, não se passava mais nada por ali. Lembro-me, e dá me um aperto no estomago, de quando andavamos ás voltas à igreja, que era o centro do acontecimento, para ver se encontravamos o rapaz de quem gostavamos. Na altura das festas era quando havia mais hipóteses de andar de mão dada, de dar uns beijinhos inocentes numa das ruas por trás do adro, e todos os nossos coraçõezinhos palpitavam. Era tão divertido. Adorava comprar as rifas de 25 cêntimos, onde saíam os penicos mais elaborados que eu vi até hoje, utensílios de cozinha, vasos, potes, panelas, cadernos, canetas e bibelots. Este fim de semana comprei três rifas e saiu me um cacto, um saco com ervas secas para dar cheiro e uma mala de especiarias. Já não se fazem prémos de rifas como antigamente. Davamos 100 escudos por um algodão doce. Agora damos 2 euros e meio. Esta história da conversão é mesmo à velha, mas que se lixe, eu sinto-o na minha carteira, porque agora já não peço aos meus pais. Sinto tantas saudades destes dias de Verão, completamente preenchidos por coisas engraçadas e sempre na companhia de grandes amigos.

Saudações da Anita


sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Zoo, lógico? No preço não é de certeza

Outra das coisas que fiz nestas férias foi visitar o jardim zoológico de Lisboa. Desde o dia 11 de Setembro de 2001 que não o visitava. Sim o 911. Estava a começar o show dos golfinhos quando ligou a mãe das raparigas que estavam comigo a dizer que tínhamos de ir para casa e de preferência agachadas porque tinham caído as torres gémeas nos Estados Unidos e a terceira guerra mundial ia estalar a qualquer momento. Parece que estou a gozar, não é? Mas não estou. Andei deste Sete Rios até Campolide agachada atrás de carros e com um passo acelerado com medo que caísse uma bomba ou algo parecido. Viva a inocência e a ignorância. Vamos todos por uma velinha em Fátima pela minha estupidez.

Achei o valor do bilhete um disparate, mas deliciei me com cada momento que lá estive. Os animais não estavam muito cooperativos, porque eu também fui escolher um mau dia para lá ir, estava um calor insuportável e os bichinhos estavam todos à sombrinha, alguns nem consegui ver. Ia morrendo no reptilário, por causa da humidade (já se me estava a formar bolores nas entranhas) mas fiz um amigo. Os miúdos empurravam- me mas ele vinha sempre ter comigo. Eu acho que tem alguma coisa a ver com o facto de eu ter ar de mãe. Se calhar também cheiro a mãe.

Vi o espectáculo dos leões marinhos e quando um deles veio comprimentar o público, apanhei-o numa pose muito gira. Se aumentarem a foto, vêm a expressão dele e está mesmo giro. O ferro teve de fazer parte da foto, porque cada vez que eu me levantava para me aproximar e fotografar vinha logo uma ranhosita chatear me a cabeça. Estava um calor infernal, só me apetecia ir a correr e mandar me para dentro de água. Então aquela cor azul é pouco apetitosa é.



Apresento-vos a minha futura afilhada. Ainda não é, porque vou esperar por Setembro para a apadrinhar. Apaixonei-me por ela. O Igor aproximou-se da jaula e ela veio ter com ele, quando eu me aproximei ela veio para ao pé de mim e não saiu mais, eu desviava-me e ela chegava-se para onde eu ia. As pessoas queriam tirar fotografias mas ela não me deixava sair da frente dela. Até festinhas lhe dei. Apaixonei-me por uma catatua. Isto dava um excelente nome para um livro ou um filme. Ó para nós tão apaixonadas a olhar uma para a outra. Não gosto de me repetir, mas os animais são realmente uma força da natureza que eu não consigo descrever. Continuo a não conseguir entender como há pessoas que lhes conseguem fazer mal. Eu por mim levava-a para casa, enrolava-a num cobertor, fazia-lhe meias e gorros de malha e passava o resto da minha vida a ouvi-la cacarejar ao meu ouvido.

Em compensação, este senhor aqui ao lado, que é um grou, todo o tempo que eu estive ao pé dele, tentou-me espetar me o bico. Aliás, vocês vêm pelo trombil dele que era extremamente simpático e afável e "Huggable".

Esta foto seguinte traz-me à memória uma música da minha infância - o pai Buda, tem muitos filhos, tem muitos filhos o pai Buda, eu sou um deles e tu também o és, oremos ao pai Buda. MÃO DIREITA! Pronto chega

Umas tartaruguinhas lindas no reptilário também fizeram uma foto muito bonita. espero que gostem




Bem, tudo isto para vos aconselhar vivamente a ir ao jardim zoológico de Lisboa. Há sempre coisinhas boas escondidas para irmos á descoberta e ver os animais é um óptimo relaxante natural. Sai se de lá com vontade de dar dinheiro a todas as instituições animais existentes e de levar três ou 4 tigres e leões (e catatuas) para casa.

Saudações da Anita